O A318 é um jato bastante incomum, com apenas 80 unidades produzidas, mas existe um exemplar ainda mais exclusivo, de prefixo G-EUNA, e que pertencia à British Airways. O avião foi usado pela companhia aérea britânica em voos entre os aeroportos London City e John F. Kennedy, em Nova York, até março do ano passado, quando foi enviado para a Espanha para ser armazenado por conta da pandemia.
Nesta semana, no entanto, o raro A318 realizou seu voo de despedida, com destino ao aeroporto Twente, na Holanda. Lá, a aeronave será desmontada pela empresa AELS, colocando um ponto final em sua carreira iniciada em 2009, quando foi adquirido pela BA junto do seu irmão G-EUNB, atualmente voando com a Titan Airways.
Mas o que faz do G-EUNA um Airbus tão especial? O fato dele ter sido utilizado pela British Airways como uma espécie de classe executiva com asas. Quando decidiu encomendar o menor dos Airbus, a companhia pretendia oferecer um serviço diferenciado aos seus clientes ao ligar Londres a Nova York com uma aeronave exclusiva, inteiramente configurada com apenas 32 assentos mais espaçosos e confortáveis.
Apelidado de ‘Baby Bus’, o A318 operou no voo BA001 até o ano passado, quando a pandemia do coronavírus acabou com qualquer demanda corporativa.
Antes disso, em 2017, o serviço já havia sido reduzido quando a British Airways retirou o G-EUNB de operação. Vale lembrar que o voo ‘BA001’ era antes reservado ao Concorde, que levava apenas 2 horas e 53 minutos para percorrer a distância entre as duas cidades. O jato supersônico, no entanto, foi aposentado em 2003.
O ‘Baby Bus’, pelo contrário, não se destacava pela velocidade, afinal era necessário realizar uma escala antes de chegar à Nova York, mas significava uma alternativa mais ágil para os clientes corporativos da BA, por utilizar o aeroporto central londrino.
Frota de A318 encolhe
Embora em termos absolutos a aposentadoria do único A318 da British Airways pouco reflita no total de aviões ativos, fato é que simboliza o caso do menor jato já produzido pela Airbus (não considerando o A220, desenvolvido originalmente pela Bombardier).
Criado para explorar uma faixa de mercado pouco acima dos 100 assentos, o A318 acabou atropelado por jatos menores como os E-Jets, da Embraer. Curiosamente, o avião teve um período significativo de sua carreira em serviço no Brasil, pela OceanAir, mais tarde Avianca Brasil.
Os poucos exemplares que restaram na companhia em 2019 estiveram entre os que realizaram os últimos voos da Avianca Brasil antes de seu colapso.
Segundo a Airbus, existiam 65 aeronaves do tipo voando em dezembro passado, 45 delas em companhias aéreas. A maior operadora do A318 é a Air France com 18 aviões, mas que em breve deverá receber seus primeiros A220. Por lá, o jato é configurado para 118 passageiros.
Veja também: Antigo Super Guppy da Airbus está à venda em pequenos pedaços