Uma das empresas de aviação executiva mais tradicionais do mercado, a NetJets quer ser uma das primeiras marcas do mundo a voar com o jato executivo supersônico Aerion AS2. A companhia dos EUA confirmou nesta semana a aquisição dos direitos de compra de 20 aeronaves do tipo. O valor do acordo não foi divulgado.
A negociação faz parte de um memorando de entedimento mais amplo que envolve a NetJets, a empresa de treinamento de aviação FlightSafety International e a Aerion – a NetJets e a FlightSafety pertencem ao grupo Berkshire Hathaway, presidido pelo famoso investidor e filantropo americano Warren Buffett.
Segundo os termos do acordo, a Aerion vai trabalhar com a FlightSafety para “desenvolver uma academia de treinamento de voo supersônico para aeronaves supersônicas civis, comerciais e militares”.
Apesar da alta complexidade do projeto, a Aerion trabalha com prazos bastante ousados. A empresa pretende iniciar a produção do AS2 em 2023 e realizar o primeiro voo do protótipo no ano seguinte. Já a certificação e entrada em serviço são programadas para meados de 2026. A aeronave será produzida em Melbourne, no estado da Flórida.
O desenvolvimento do AS2 começou em 2014 e o projeto já recebeu contribuições da Airbus e da Lockheed Martin. Atualmente, os principais parceiros da Aerion no projeto são a Boeing e GE Aviation, que vai fornecer os potentes motores do jato executivo supersônico.
De acordo com o fabricante, o AS2 é projetado para transportar 10 passageiros a uma velocidade máxima de Mach 1.4 (1.487 km/h), com alcance de voo transatlântico de 7.800 km. O avião será impulsionado por três motores turbofan da nova linha Affinity da GE, sendo cada um deles capaz de gerar 20.000 libras de empuxo.
“O AS2 continua avançando em direção ao início da fabricação depois de concluir a validação em túnel de vento no final do ano passado”, diz Aerion, que agora avalia sua carteira de pedidos pelo AS2 em mais de US$ 10 bilhões.
Além da NetJets, outra empresa de aviação executiva que também efetuou pré-encomendas pela aeronave é a FlexJet, dos EUA, que pretende adquirir 20 exemplares do jato supersônico.