Jatos Embraer E190 da Amaszonas têm registros cancelados pelo governo da Bolívia

Quatro aeronaves alugadas em 2020 pertencem a empresa de leasing que pediu sua devolução após o não pagamento de dívidas pela empresa aérea controlada por grupo brasileiro Nella
E190 da Amaszonas (Reprodução/Redes sociais)

A Amaszonas, companhia aérea com sede na Bolívia e que é controlada por um grupo brasileiro, teve de suspender suas operações nesta terça-feira (8) após a Dirección General de Aeronáutica Civil (DGAC), autoridade de aviação civil do país, ter cancelado os registros dos seus quatro jatos Embraer E190.

A medida foi anunciada no final da noite da segunda-feira pela DGAC, que disse seguir as convenções de Genebra e Chicago – responsáveis por regulamentar a posse de aeronaves em leasing.

Por conta disso, os E190 de matrícula CP-3135, CP-3142, CP-3145 e CP-3171 não podem mais operar pela Amaszonas e devem ser devolvidos ao seu arrendador, a empresa GY Aviation Lease 1816 Co. Limited (parte da CDB).

Dos quatro aviões, apenas dois estavam de fato voando, os E190 de matrícula CP-3135 e CP-3171. O jato CP-3145 voou para a sede da Embraer em 14 de junho para manutenção enquanto o CP-3145 está estacionado há meses sem uso.

Apenas dois E190 estão voando regularmente (CDB)

A DGAC, no entanto, ressaltou que a Amaszonas continua permitida a realizar voos comerciais já que seu Certificado de Operador Aéreo (AOC em inglês) tem validade até dezembro de 2024.

Em suas redes sociais, a Amaszonas confirmou a suspensão temporária de seus voos nesta terça-feira, mas manteve a confiança em reverter a situação. A companhia aérea afirmou ainda que “realizará sua defesa frente às instâncias que correspondam conforme a lei”.

Fundo de investimentos dos EUA

Segundo a mídia do país, a GY Aviation cobra uma dívida de US$ 17 milhões em pagamentos atrasados relacionados ao leasing dos aviões brasileiros. Já a Amaszonas teria questionado a quantia, afirmando que deve US$ 11 milhões.

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A Amaszonas foi fundada em 1998 e tem sede em Santa Cruz de La Sierra. Os voos comerciais tiveram início em 2000 apenas com operações fretadas em pequenos turboélices.

Em 2012, com a falência da AeroSur, a Amaszonas assumiu cinco jatos CRJ200 que deram início aos voos regulares.

A Amaszonas foi adquirida pelo grupo Nella, de origem brasileira

A empresa aérea passou por uma crise financeira que a fez perder o Certificado de Operador Aéreo (OAC), mas em 2021 a Nella Linhas Aéreas , controlada pelo empresário brasileiro Mauricio Souza, adquiriu a totalidade de seu capital.

O plano era que a Amaszonas recebesse jatos Boeing 737 e expandisse sua operação, mas as mudanças não ocorreram.

Segundo declaração de um de seus executivos, a companhia aérea está finalizando um acordo com investidores dos EUA para receber recursos finaceiros.

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