A Embraer costuma divulgar seus números de entregas trimestrais somando todos os produtos das divisões de aviação comercial, militar e executiva.
O enfoque, no entanto, acaba distorcendo alguns resultados, como foi o caso dos jatos comerciais E1 e E2, que apresentam uma alta discreta nos primeiros nove meses de 2024.
Ao destacar que suas entregas cresceram 33% no 3º trimestre, comparado ao mesmo período de 2023, a fabricante se apoiou no excelente desempenho da aviação executiva.
Se dependesse apenas das aeronaves comerciais e militares, a Embraer teria entregado apenas duas unidades a mais que no ano passado.
Já o número de jatos executivos entregues saltou de 28 para 41 aeronaves, sobretudo pelas 19 entregas de modelos médios Praetor (quase 100% de crescimento).
No ano, a Embraer teve 128 aeronaves entregues, dois terços delas de aviões executivos, que ampliaram a participação no bolo.
Mas se em números absolutos os modelos executivos são relevantes, em termos de receita a participação é mais modesta, com menos de 20% das receitas e que caíram 4% no trimestre.
A caminho de um recorde?
Em 2023, a Embraer entregou 115 jatos executivos, maior número desde 2017. Apenas no 4º trimestre de 2024 foram enviados 49 aeronaves aos seus clientes.
Se repetir o desempenho no final do ano, a empresa brasileira poderá entregar cerca de 135 aviões, o que colocaria 2024 como o segundo melhor da sua história, só atrás de 2010, quando entregou 145 jatos.
Mas se o ritmo continuar elevado, até mesmo um recorde pode ser esperado já que para isso basta entregar 60 aviões entre outubro e dezembro.
Alguns de seus modelos caminham para seus recordes próprios como é o caso do Praetor 600, com 18 aviões entregues, apenas três abaixo da sua melhor marca.
O Phenom 300, seu avião mais bem sucedido, teve 46 aeronaves entregues e pode superar a marca de 63 unidades obtidas em 2023.
Resta saber se o Phenom 100, que recentemente ganhou uma nova variante, a EX, poderá voltar aos seus bons tempos.
Jato executivo de entrada da Embraer, o Phenom 100 teve apenas sete aeronaves entregues até setembro, uma ínfima parte dos cerca de 100 jatos entregues em 2009 e 2010.