A visita surpresa do presidente dos EUA, Joe Biden, à Ucrânia nesta segunda-feira, 20, gerou várias perguntas sobre como o democrata conseguiu chegar até a capital Kiev em segurança.
A despeito de a Casa Branca ter avisado o governo russo sobre a viagem horas antes, a logistíca de uma visita tão incomum certamente envolveria meios de transporte incomuns.
Por questões de segurança, o roteiro só foi parcialmente revelado após Biden retornar do país europeu. O que se sabe é que o presidente dos EUA voou com o Boeing 747 Air Force One até Varsóvia, capital da Polônia, e de lá embarcou em um trem durante a madrugada, numa viagem de cerca de 10 horas.
The most tracked flights right now are of course the two Boeing E-3B Sentry monitoring along the Polish/Ukraine border during @POTUS visit to Ukrainehttps://t.co/UFDkkAWTpAhttps://t.co/ljha6tTyzY pic.twitter.com/C9nirUx83r
— Flightradar24 (@flightradar24) February 20, 2023
Apesar de não entrar no espaço aéreo da Ucrânia, a comitiva de Biden exigiu esforços extras da Forças Armadas dos EUA.
Siga o AIRWAY nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
Nesta manhã na Europa, era possível acompanhar dois aviões-radar Boeing E-3 Sentry em voo simultâneo sobre a fronteira da Polônia com a Ucrânia, assim como outros aviões de reconhecimento que compartilharam sinais de ADS-B.
A presença de jatos KC-135T, de reabastecimento aéreo, também é um indício esperado de patrulhas de caças da USAF na região, preparados para qualquer sinal de risco ao mandatório norte-americano.
Visita planejada por meses
A histórica visita de um presidente dos Estados Unidos a um país em guerra é única por não incluir militares norte-americanos em ação, como ocorreu no Iraque e no Afeganistão.
Pelo ineditismo, a viagem, que foi planejada há meses, poderia ter sido cancelada a qualquer momento. Biden foi visto pela última vez no sábado à noite e voltou a aparecer publicamente apenas na segunda-feira, já em território ucraniano.
O encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contou até com um momento de apreensão, quando a comitiva foi alertada sobre a decolagem de um caça MiG-31 na Bielorussia, transportando um míssil hipersônico Kinzhal, capaz de atingir alvos sem que seja possível reagir a tempo a ele.
A informação possivelmente foi obtida pelo esquema de vigilância dos EUA e repassada ao governo da Ucrânia. Apesar disso, Biden e sua comitiva não se abalaram com o possível risco, e seguiram com o protocolo da viagem, realizada às vésperas da invasão russa completar um ano, na próxima sexta-feira.