O presidente dos EUA, Joe Biden, acredita que novos aviões supersônicos civis voltarão aos aeroportos nos próximos 10 anos. O mandatário tocou no assunto nesta quarta-feira (7) durante uma coletiva de imprensa sobre o plano do governo relativo a melhorias de infraestrutura no país.
Biden, porém, não disse se a Casa Branca pretende apoiar iniciativas privadas de estudos sobre aviões supersônicos. Apesar da citação do presidente, a proposta de infraestrutura do governo americano não faz nenhuma menção a aeronaves capazes de superar a velocidade do som.
“Nos próximos dez anos vamos falar sobre aeronaves comerciais voando a velocidades supersônicas”, disse Biden. “Se decidirmos fazê-lo”, essa aeronave “percorrerá 2.100 milhas (3.360 km) por hora”, acrescentou.
Atualmente, a NASA e a Federal Aviation Administration (FAA), a agência de aviação civil dos EUA, estão trabalhando em projetos e elaborando novos regulamentos para aeronaves supersônicos.
A expectativa de Biden acompanha os prazos estabelecidos por várias empresas dos EUA que trabalham em projetos de novos jatos supersônicos para passageiros.
A Aerion Supersonic, por exemplo, que lançar o jato executivo supersônico AS2 em 2027. Outra empresa local, a Boom Tecnology, planejar fazer o primeiro voo com um demonstrador este ano e iniciar a produção do avião comercial supersônico Overture, que deve voar em 2026.
Paralelo aos projetos da Aerion e Boom, a NASA, em parceria com a Lockheed Martin, programou para 2022 o primeiro voo de teste com o avião de estudos X-59. O objetivo da aeronave é solucionar o problema do estrondo sônico, a onda de choque causada pela passagem de aeronaves supersônicas e que tem potencial destrutivo, sobretudo em regiões habitadas.
Os estudos com o X-59 devem abrir o caminho para a FAA derrubar a proibição de voos supersônicos sobre a região continental dos EUA, que vigora desde 1973 – e que foi um dos motivos que levou o lendário Concorde a ruína.
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