O presidente da Azul, John Rodgerson, colocou o mercado em polvorosa nesta quinta-feira (16) ao revelar em encontro com o presidente Jair Bolsonaro que a companhia aérea vai anunciar uma nova encomenda de jatos da Embraer. Sem dar detalhes do acordo, o CEO apenas afirmou aos jornalistas presentes que estava ali “para anunciar para você que vamos comprar 75″. A empresa não emitiu qualquer comunicado nesse sentido até a publicação dessa matéria, mas a ampliação dos pedidos dos jatos E2 brasileiros já havia sido cogitada em encontro com a imprensa no ano passado.
Atualmente, a Azul possui um pedido para 51 jatos E195-E2, a maior versão nova família de aeronaves da fabricante brasileira, entre aquisição direta e por meio de leasing. Em outubro, Rodgerson havia dito que a empresa pretendia acrescentar 24 unidades a esse pedido, o que elevaria a encomenda justamente para 75 aviões. Não se sabe, no entanto, se o CEO quis dizer que o pedido seria de mais 75 aeronaves, o que elevaria esse total para 126 jatos. Questionada pelo Airway, a Azul respondeu que “detalhes sobre a atualização do plano de frota da companhia serão anunciados em breve”.
A informação está em linha com outra declaração dada pelo executivo nesta quinta, a de que a Azul pretende chegar a 200 cidades atendidas no Brasil em três ou quatro anos. Com a aquisição da regional TwoFlex, o total de aeroportos em que ela irá operar é de aproximadamente 150. Como a empresa já voa para praticamente todos os maiores mercados do país, essa expansão se daria em cidades menores e fariam com que os hubs da companhia tivessem um movimento muito grande, fazendo com que seja preciso reforçar a frota de jatos.
Com 136 lugares na configuração adotada pela Azul, o E195-E2 passou a substituir seu antecessor com folga, transportando 18 passageiros a mais e voando com um custo por assento bem inferior. Mas resta a dúvida se a Azul não poderá optar por variantes menores da nova família de jatos da Embraer. Hoje, a companhia aérea possui uma frota pequena de aviões com capacidade entre 70 e pouco mais de 100 assentos: são seis E190 com 106 lugares e 33 turbo-hélices ATR 72, com 70 assentos.
Como a frota de E195 e E190 será retirada à medida que os E2 sejam entregues, a Azul terá uma enorme lacuna para preencher entre o ATR e o E195-E2 e que poderia ser preenchida pelo E175-E2, por exemplo. A versão menor do Embraer é capaz de acomodar 90 passageiros com pitch de 29 polegadas, espaço superior ao oferecido no irmão maior na Azul. Com economia semelhante, o E175-E2 poderia ser viável em rotas onde hoje a companhia não utiliza seus jatos. Ao mesmo tempo, seria um enorme estímulo para a Embraer, que não tem nenhum pedido do modelo até agora.
É provável, no entanto, que o pedido extra seja mesmo apenas da versão E195-E2, reforçando sua frota com uma aeronave que pode servir de apoio aos A320neo, aeronaves que hoje são as mais importantes da empresa e dos quais já opera quatro dezenas. A ampliação da encomenda pode fazer com que a companhia de David Neeleman chegue perto de ter uma frota de 200 aviões. Em gráfico apresentado no ano passado, a Azul planejava chegar à 2023 com 170 aeronaves, 46 delas do E195-E2. Com 80 aviões da família A320neo, mais 32 ATR e 12 A330, esse número pode ser atingido antes da metade da década.
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As matérias publicadas por aí a esse respeito dão a entender que a Azul teria encomendado 75 aeronaves além das 51 já encomendadas no ano passado. Este site explica um pouco melhor, mostrando que é uma complementação para chegar, no total, ao número de 75 unidades. Espero que logo logo sejam dadas maiores informações, já que ainda sabemos muito pouco.