A indústria aeronáutica do Japão, que nos anos 1930 foi uma das mais avançadas do mundo, está passando por um processo de renascimento com uma série de projetos em desenvolvimento. Um desses modelos é o Kawasaki P-1, uma aeronave de vigilância naval desenvolvida especialmente para a “Marinha de Autodefesa do Japão” a fim de substituir os turbo-hélices Lockheed P-3 Orion, que serviram no país por mais de 30 anos.
Recém-introduzido a marinha do Japão, mas ainda na fase de certificação, o P-1 realizou nesta semana para sua primeira viagem internacional: duas aeronaves foram apresentada no festival “Royal International Air Tattoo”, na Inglaterra.
Segundo analistas internacionais, não se trata apenas um simples tour da aeronave japonesa. A intenção é buscar países interessados em comprar o P-1, que surge como uma das opções mais avançadas desses segmento e com um preço competitivo em relação ao seu concorrente direto, o Boeing P-8 Poseidon (versão militar do 737) avaliado em US$ 256 milhões, mais que o dobro do valor do avião japonês, anunciado por cerca de US$ 140 milhões.
Veja mais: FAB anuncia chegada de novas aeronaves de busca e salvamento
E a Kawasaki conseguiu construir o P-1 praticamente sem ajuda estrangeira. Os motores, uma das partes mais complexas de um jato, foram desenvolvidos pela IHI Corporation, uma empresa japonesa, assim como o radar, fornecido pela Toshiba. A Mitsubishi também desenvolveu uma série de sistemas para a aeronave e o aparelho detector de submarinos foi criado pela Shinko Eletric, outra companhia nipônica tradicional no ramo de tecnologia.
Japão de olhos nas redondezas
O P-1 está equipado com sistemas especiais para encontrar navios a grandes distancias e submarinos escondidos nas profundezas do mar. A aeronave pode carregar um diverso leque de armamentos que inclui torpedos, mísseis, bombas, minas de fundeamento, além de sonoboias, que são lançadas do avião para monitorar atividades submarinas.
Assim como o antigo P-3 – aeronave utilizada pela Força Aérea Brasileira – a aeronave da Kawasaki possui um detector de anomalias magnéticas, uma haste que avança da cauda e ajuda a localizar submarinos.
O novo avião da Kawasaki tem autonomia de 8.000 km ou pode permanecer voando por quase 20 horas sem precisar reabastecer. O modelo é operado por 13 tripulantes, entre pilotos e operadores dos diversos equipamentos de combate a bordo. O P-1, segundo dado oficiais, tem 38 metros de comprimento e 35,4 m de envergadura.
Veja mais: De potência militar ao sucateamento, conheça a Força Aérea de Cuba
A aeronave atinge a velocidade máxima de 996 km/h e pode decolar pesando até 80.000 kg, sendo 9.000 kg de armamentos. O Japão, até o momento o único cliente do avião, planeja adquirir 70 unidades do Kawasaki P-1.
Japão vs Embraer
Além do P-1, a Kawasaki também está desenvolvendo uma segunda aeronave militar, o cargueiro C-2. Esse aparelho, ainda em testes e com prazo de conclusão para 2017, pode se tornar um potencial concorrente para o Embraer KC-390, já que também se propõe a substituir os veteranos Lockheed C-130 Hércules. O avião japonês, por se tratar de uma categoria superior, leva mais carga e tem alcance maior em relação ao modelo brasileiro.
A Mitsubishi também está ensaiando sua entrada no mercado da aviação comercial com a família de jatos médios MRJ, que por sinal concorrente, desta vez em par de igualdade, com os Embraer 170 e 190. A previsão é de que esses aparelhos cheguem ao mercado até 2018.
Veja mais: Conheça o cemitério submerso de aviões da Segunda Guerra Mundial
Realmente interessante esse quadrimotor japonês. Acho que ele observaram ao longo dos anos utilizando o também quadrimotor P-3 Orion (belo avião também utilizado pelo Brasil) que ficar 20 horas sobre o mar em patrulha é sempre bom ter a segurança que, mesmo se dois motores falharem, a aeronave ainda tem capacidade de voar.
Ehhh… os países do EIXO da segunda grande guerra estão mostrando os dentes… Alemanha já é uma potência mundial novamente. Japão se equipando com máquinas de última geração… EUA que se cuide.
Muito bom mesmo, enquanto uns se preocupam com o bem estar do outro e em melhorar as condiçoes de vida da humanidade, outros ainda preferem investir em maquinas com grande potencial de destruiçao. Ainda tem muito que aprender…
ver como a industria aeronautica se disponibiliza em lançar avioes com poder destrutivo cada vez mais avançado. Será que não seria a hora de a industria aeronautica se voltar para fins mais humanos ?