KC-390 para os EUA depende de solução para lança de reabastecimento

Para ser equipado com lança rígida padrão da USAF, avião-tanque da Embraer precisa encontrar mecanismo para não impedir acesso à porta de carga traseira
Versão do KC-390 com lançarígida de reabastecimento aéreo
Versão do KC-390 com lançarígida de reabastecimento aéreo (Embraer)

Quando anunciou uma parceira com a L3 Harris para oferecer a proposta “Agile Tanker” para a Força Aérea dos EUA (USAF), a Embraer divulgou uma renderização do KC-390 com uma lança rígida reabastecendo um caça.

A imagem mostrava a lança presa à porta traseira de carga da aeronave multimissão, uma configuração pouco funcional já que o Millennium teria como um diferencial a capacidade preservada para transportar cerca de 26 toneladas de carga.

A parceria com a L3 Harris foi desfeita, porém, a Embraer não desistiu de convencer a USAF a considerar o KC-390 como um avião-tanque tático, capaz de operar em pistas onde o KC-46 e o KC-135 não conseguem.

Semanas atrás, a fabricante brasileira participou de um importante seminário da Força Aérea, onde voltou a propor sua aeronave como uma alternativa ao “bridge tanker” (tanque ponte”, enquanto a USAF não define como será seu grande reabastecedor aéreo – possivelmente furtivo.

À esquerda, a Embraer reposicionou a lança mais acima da porta de carga, comparada à primeira projeção
À esquerda, a Embraer reposicionou a lança mais acima da porta de carga, comparada à primeira projeção (Embraer)

Uma nova imagem sem as marcas da USAF, mas com a bandeira dos EUA, foi divulgada. E nela a lança rígida aparece em uma posição mais elevada, na parte superior da porta de carga.

Linha de montagem nos EUA

Em entrevista com a Flight Global, o diretor comercial da Embraer, Frederico Lemos, reconheceu que a posição da lança é um dos pontos-chave para tornar o KC-390 atraente para a Força Aérea dos EUA.

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Segundo ele, a instalação da lança não pode comprometer a capacidade principal do Millenium como aeronave de transporte.

A questão é complexa já que para comportar veículos e cargas volumosas, além de lançar paraquedistas ou mesmo paletes, a porta traseira necessita ser totalmente aberta.

A porta de carga do KC-390 abre em duas lâminas, uma inferior que serve como rampa, e outra superior
A porta de carga do KC-390 abre em duas lâminas, uma inferior que serve como rampa, e outra superior (FAB)

E a lança é um equipamento de grandes dimensões porque precisa se estender até uma distância segura para que os aviões a serem reabastecidos se aproximem.

Seja como for, a para Embraer a chance de um contrato com os Estados Unidos tem compensado o investimento. A empresa tem ciência que um KC-390 para a USAF terá de ser produzido no país e com conteúdo majoritariamente local.

Isso não parece ser um problema já que o KC-390 atende aos requisitos Buy American Act e pode chegar a 70% de conteúdo local com uma linha de montagem nos EUA.

1 comment
  1. eu buscaria novos mercados , o mundo e muito grande , o trabalho , investimento e retorno com tudo sendo feito lá , não vale a pena .

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