A KLM decidiu antecipar a aposentadoria dos seus últimos dez Boeing 747-400. Antes prevista para o início de 2021, a retirada dessas aeronaves ocorrerá até abril, conforme a companhia aérea informou ao site Up in the Sky.
O motivo é o mesmo que fez a American Airlines anunciar a retirada dos jatos 757 e 767 antes do planejado, a pandemia do coronavírus, que fez o tráfego aéreo de passageiros desabar nas últimas semanas.
Com 408 assentos, o Jumbo ficou “ainda maior” com a demanda atual, o que não justifica seus altos custos de operação. Com média de idade de 21 anos, esses aviões estão sendo substituídos gradativamente pelos Dreamliner, bimotores mais eficientes cuja maior versão, a 787-10, pode transportar 344 passageiros em três classes de serviço.
A aposentadoria precoce do 747 impedirá que a aeronave complete 50 anos em serviço na KLM. A companhia aérea holandesa recebeu seu primeiro Jumbo em janeiro de 1971 e operou outros 36 aviões além dos dez que estão ativos, entre eles os modelos 747-200, 747-300 e 747-400. A empresa planejava realizar eventos de despedida do icônico jato que certamente não encontrarão um clima propício neste momento.
Uma curiosidade a respeito dos Jumbos da KLM é que a companhia aérea decidiu estender o andar superior de dez de seus 747-200 nos anos 80 para oferecer o mesmo espaço dos 747-300. A modificação foi realizada pela própria Boeing num padrão batizado de SUD (Stretched Upper Deck). Apenas a KLM e a JAL realizaram essa custosa mudança em seus jatos.
Gigantes ameaçados
A aposentadoria em série dos grandes quadrimotores de passageiros já é uma tendência de anos, mas tem se intensificado nos últimos tempos. Atualmente, poucas companhias aéreas no mundo ainda operam o 747 em voos de passageiros, caso da British Airways, Korean Air e Lufthansa.
A companhia aérea alemã, no entanto, teria preferido aterrar seus 14 Airbus A380 por um período limitado em sua estratégia de reduzir sua capacidade internacional devido ao avanço da epidemia. A Lufhtansa tem ainda 32 unidades do Jumbo, 13 da variante 747-400 e 19 do modelo mais recente, o 747-8.
Por falar em A380, várias outras companhias aéreas têm retirado o maior jato comercial do mundo de serviço, mas temporariamente por enquanto.
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