O grupo LATAM anunciou nesta quarta-feira, 30, ter obtido a aprovação do juiz do Tribunal do Distrito Sul de Nova York para prorrogar a apresentação do seu plano de recuperação judicial para 15 de setembro.
Com isso, a análise e eventual aprovação pelos credores foi postergada para 8 de novembro. Trata-se do segundo adiamento solicitado pela companhia aérea que originalmente deveria ter entregue o plano em 29 de janeiro, mas havia conseguido adiá-lo para 30 de junho.
A empresa deu entrada no pedido de concordata nos EUA, o chamado Chapter 11 (Capítulo 11) em maio de 2020. A divisão brasileira, por sua vez, foi incluída no processo em julho passado após uma esperada ajuda financeira do BNDES fracassar.
O grupo sediado no Chile acumula mais de US$ 10 bilhões em dívidas e garantiu em nota que o adiamento não interfere nos planos de deixar a recuperação judicial o quanto antes.
“O pedido de prorrogação, protocolado no último dia 9 de junho, é uma alternativa comum e contemplada no processo, o que não altera a intenção do grupo LATAM de sair do Capítulo 11 no final deste ano”, afirmou a empresa.
Investida da Azul
As dívidas da LATAM são consideradas bastante altas e complexas e por isso a empresa estaria buscando desenhar um plano que consiga agradar aos seus credores, sobretudo empresas de leasing de aviões.
O adiamento também é considerado uma estratégia para ganhar tempo em relação à investida da Azul, que já manifestou o desejo de assumir a operação brasileira da LATAM, criada sobre a TAM em 2016.
Segundo analistas ouvidos pelo jornal O Estado de São Paulo, a companhia aérea liderada por John Rodgerson estaria conversando com credores da LATAM para formalizar uma proposta alternativa para suas dívidas.
Dois deles, a Oaktree Capital Management e a Knighthead Capital, são acionistas da própria Azul e teriam interesse na possível fusão.
As duas companhias aéreas, que haviam estabelecido um acordo de codeshare no ano passado em meio à pandemia, desfizeram a parceria em maio alegando motivos diferentes.