LATAM e Avianca avançam em plano de recuperação judicial

Companhias aéreas em dificuldades financeiras celebraram a aprovação e o recebimento de financiamento para saneá-las nos últimos dias
Boeing 787 da LATAM Chile (Bidgee)
Boeing 787 - Latam Chile
Boeing 787 da LATAM Chile (Bidgee)

Com a situação financeira agravada pela pandemia do coronavírus, as companhias aéreas LATAM e Avianca recorreram à Justiça dos EUA para estabelecer processos de recuperação judicial, também conhecido como “Chapter 11” (Capítulo 11). O objetivo foi renegociar suas dívidas com os credores sem que isso afetasse a operação de ambas, um risco muito grande em medidas semelhantes em países como o Brasil, por conta da burocracia e legislação deficiente.

A boa notícia é que ambas, a despeito de estarem longe de retomar a demanda de passageiros pré-pandemia, conseguiram aprovar o financiamento emergencial junto à Justiça americana. A LATAM, que havia recebido autorização do Tribunal do Distrito Sul de Nova York dias atrás, anunciou nesta quinta-feira, 08, ter recebido a primeira parcela de US$ 1,15 bilhão do financiamento de US$ 2,3 bilhões aprovado pela corte americana.

“Hoje se concretiza o que anunciamos no início deste processo, que é dar aos acionistas da LATAM a possibilidade de participar do financiamento do grupo”, afirmou o chefe financeiro do grupo LATAM Airlines, Ramiro Alfonsín. “Este primeiro recebimento do empréstimo DIP nos permitirá restabelecer nossa operação, acompanhando a evolução da demanda, e trabalhar com maior tranquilidade em nosso plano de reorganização”.

O financiamento obtido pela LATAM envolve a Oaktree Capital Management, que comprometeu US$ 1,125 bilhão, a Knighthead Capital que participará com US$ 175 milhões, Qatar Airways e os grupos Cueto e Eblen, com US$ 750 milhões comprometidos, US$ 250 milhões da Knighthead Capital e US$ 150 milhões que o fundo irá comprometer sob administração da Toesca S.A Administradora General de Fondos.

Financiamento de mais de US$ 2 bilhões

A Avianca colombiana, por sua vez, obteve a aprovação do mesmo tribunal no dia 5 para receber pouco mais de US$ 2 bilhões em financiamento. O valor, no entanto, continua sujeito a uma ordem do juiz no Tribunal dos Estados Unidos e certas condições precedentes, que deverão ser satisfeitas na próxima semana.

“Com a aprovação do Tribunal dos Estados Unidos para ter acesso total a este financiamento DIP, a Avianca tem ampla liquidez para apoiar nossas operações à medida que continuamos voando e atendendo clientes. À medida que as restrições COVID começam a diminuir, temos o prazer de retomar voos de passageiros para 21 cidades na Colômbia e 14 internacionais e estamos ansiosos para adicionar mais destinos para atender aos nossos necessidades de viagem dos clientes nos próximos meses”, afirmou Anko van der Werff, CEO da Avianca.

Retomada lenta

Apesar do otimismo, nenhuma das duas empresas têm conseguido demonstrar um grande avanço em oferta e demanda de passageiros. A Avianca só voltou a operar seus voos nacionais em setembro e os internacionais neste mês, mas ainda de forma restrita. A expectativa é que a malha para o exterior seja reforçada a partir de 15 de outubro.

A LATAM, por sua vez, também tem evitado oferecer muitos voos enquanto há dificuldades para os passageiros se deslocarem. No Brasil, por exemplo, a empresa chegou a marca de 274 voos diários e 44 destinos domésticos.

O grupo como um todo pretendia atingir 440 voos diários contra 310 em setembro. Isso representa entre 24% e 26% da capacidade registrada em outubro de 2019.

A Avianca retomou parte de seus voos em setembro (Divulgação)

Veja também: Azul e LATAM anunciam codeshare para 64 rotas

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