LATAM e Gol entram na briga com a Azul pelo espólio da Avianca Brasil

Com proposta de fatiar ativos da companhia aérea, credor se associou às duas empresas para formular nova proposta que complica situação da Azul
Ativos da Avianca agora terão três interessados
Ativos da Avianca agora terão três interessados com entrada da LATAM e Gol na disputa

Talvez a cena que melhor descreva o que ocorreu nesta quarta-feira (03) seja o episódio em que o padre pergunta aos presentes se alguém tem algo contra determinado matrimônio e então surge alguém disposto a disputar a mão da noiva ou noivo. Pois bem, Gol e LATAM anunciaram que vão participar do leilão que oferecerá partes sadias da Avianca Brasil, melando os planos da Azul, primeira companhia aérea a demonstrar interesse em assumir os ativos da concorrente.

A LATAM já havia sinalizado que poderia participar da disputa, afinal deixar que a Azul assuma sobretudo os valorizados slots de Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont seria um duro golpe para sua presença nesses aeroportos e o mesmo pode-se dizer da Gol. Mas as cartadas de ambas são ainda mais duras para a companhia de David Neeleman porque propõem um novo arranjo para o espólio da Oceanair (nome oficial da Avianca Brasil).

Nessa proposta, os ativos serão divididos em sete partes, reunindo slots, aviões e licenças de operação em grupos, além de um específico para o programa de milhagem Amigo. Em outras palavras, ao fatiar a UPI (Unidade Produtiva Isolada) sugerida na proposta da Azul, as duas empresas tornam o negócio bem mais interessante para os credores, que são quem irão decidir o que será levado à leilão nas próximas semanas – a assembléia está marcada para esta sexta-feira (5) após a primeira na semana passada não ter conseguido o quórum mínimo.

Para se ter uma ideia da encrenca para a Azul, as propostas sugeridas pela LATAM e Gol são de US$ 70 milhões (R$ 270 milhões) por uma das setes UPIs enquanto a Azul havia oferecido apenas US$ 105 milhões (R$ 405 milhões) pelo pacote todo. Ou seja, ao repartir os bens da Avianca a chance de aumentar os lances é bem maior.

Slots em Congonhas, Santos Dumont e Guarulhos (foto) são o principal atrativo do leilão da Avianca Brasil

Credor responsável pela nova proposta

Tanto LATAM quanto Gol fecharam acordo com um dos maiores credores da Avianca, o grupo Elliott, formado pela Elliott Associates LP, a Elliott International LP e a Manchester Securities Corporation e que as procurou com a nova proposta de UPI.

Em comum, as duas companhias se comprometeram a emprestar dinheiro para que a Avianca possa continuar operando até que todo o processo seja resolvido. Enquanto a Gol passará US$ 8 milhões em duas parcelas, a LATAM ofereceu US$ 13 milhões para a empresa, valores que serão ou abatidos ou devolvidos, dependendo de quem levar os leilões.

Com isso, crescem as chances de credores, sejam empresas ou funcionários, receberem o que a Avianca deve a eles. De quebra, a Gol disse ainda que “irá ofertar oportunidades de contratação aos empregados da Oceanair que participem das atividades desenvolvidas pela respectiva UPI, mediante a celebração de novos contratos de trabalho”.

Veja também: Se sobreviver, Avianca Brasil deverá ser uma empresa aérea nanica

 

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  1. E a maioria dos funcionários já demitidos estão aguardando parte do valor da rescisão. Espero que não fiquemos a ver navios!

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