A companhia LATAM Airlines Brasil foi autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) no início deste mês a operar no aeroporto Santos Dumont (SDU), no Rio de Janeiro, com a aeronave Airbus A320. Para isso, o avião foi equipado com o pacote LIP (Lift Improvement Package), que contém adaptações aerodinâmicas que permite ao jato pousar e decolar a partir de pistas curtas.
O primeiro teste, que a LATAM chamou de “voo conceito”, foi realizado no dia 3 de maio com 144 passageiros. Essa capacidade ainda fica abaixo da configuração dos A320 usados pela empresa, que podem embarcar até 174 ocupantes. Atualmente, a companhia mantém voos comerciais regulares para o SDU utilizando somente o A319 (para 144 passageiros).
O itinerário completo de voos de testes da aeronave (prefixo PT-MZW) com o pacote LIP ainda inclui os voos LA4777 (Guarulhos-Curitiba), LA3515 (Curitiba-Guarulhos), LA3632 (Guarulhos-Santos Dumont), LA3754 (Santos Dumont-Confins), LA3759 (Confins-Santos Dumont) e LA3193 (Santos Dumont-Congonhas).
Pista pequena, grande desafio
Como a pista principal do Santos Dumont tem apenas 1.323 metros de comprimento, algumas aeronaves só podem operar no terminal carioca com restrições de peso, sacrificando a quantidade de combustível que transportam ou reduzindo o número de passageiros a bordo. É o caso de aviões como Airbus A320 e o Boeing 737-800.
Essas mesmas aeronaves, no entanto, são autorizadas a operar no SDU sem restrições (ou menos restrições) desde que sejam equipadas com recursos especiais que permitem pousos e decolagens em pistas curtas.
A Gol, por exemplo, opera no aeroporto carioca com jatos 737-800 com o pacote SFP (Short Field Performance), que inclui modificações aerodinâmicas e freios mais potentes. Já o pacote LIP do A320 contem alterações nas asas e nos motores.
Os jatos Airbus A320neo da companhia Azul também contam com modificações para operar em pistas curtas, o pacote SHARP (Short Airfield Package).
O objetivo dessas modificações é reduzir a velocidade de aproximação das aeronaves para o pouso e, consequentemente, parar mais rápido na pista. Essas mesmas alterações também permitem aos aviões decolar de pistas pequenas com um peso maior.
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