LATAM ou Air France-KLM: qual a melhor forma de unir duas companhias aéreas?

Fusão entre Lan Chile e TAM fez desaparecer duas marcas conhecidas, algo raro no setor, que tende a manter vivas a identidade de cada companhia
LATAM ou Air France-KLM: qual a melhor forma de unir duas grandes empresas?
LATAM ou Air France-KLM: qual a melhor forma de unir duas grandes empresas?
LATAM ou Air France-KLM: qual a melhor forma de unir duas grandes empresas?
LATAM ou Air France-KLM: qual a melhor forma de unir duas grandes empresas?

Uma companhia aérea importante também é chamada de “flag carrier” (companhia de bandeira), ou seja, uma espécie de embaixatriz de um país no exterior. Ela tem o papel de representar sua origem por onde passa. É o caso de empresas como Air France, Alitalia, Japan Airlines ou Air China, para citar um pouco dos inúmeros exemplos.

O setor de transporte aéreo, no entanto, tem sofrido um longo processo de reestruturação e fusões causados pelos altos custos envolvidos. Esse movimento acabou criando situações um tanto inusitadas. Grupos acabaram sendo formados por empresas de países diferentes e colocando em xeque justamente esse conceito “patriota” das companhias de bandeira.

A junção da Air France e da KLM é um caso bastante exemplar. Ambas têm histórias marcantes na aviação e uma identidade inquestionável a ponto de co-existirem após a fusão, unindo apenas o que o cliente praticamente não vê como sistemas de reserva, frota de aviões, manutenção e política de tarifas. British Airways e Iberia seguem o exemplo assim como a Lufthansa e a Swiss.

Outro caso bem ilustrativo é o da união entre United e Continental Airlines. As duas gigantes optaram por uma solução curiosa: enquanto a pintura de suas aeronaves e todo o material de divulgação preservou o esquema da Continental, o nome escolhido foi “United”, simbólico por representar a união entre elas.

A United opera no Brasil com os modernos Boeing 787 (United)
A fusão entre United e Continental manteve o nome da primeira e a pintura da segunda

Nova marca

E eis que chegamos ao caso LATAM. A nova marca, que estreou seus voos nesta semana, é uma tentativa um tanto ousada do grupo binacional. Em vez optar por uma saída em que as duas companhias aéreas mantivessem suas marcas vivas, a empresa escolheu começar um trabalho do zero – por mais que o termo ‘Latam’ preserve a sonoridade dos nomes ‘Lan’ e ‘Tam’.

A estratégia da LATAM foca na redução mais ampla dos custos, afinal com uma marca unificada cria-se uma empresa muito mais representativa mundialmente e que facilita a padronização de processos e serviços.

O problema, no entanto, reside na ‘morte’ das suas empresas de origem. A Lan Chile, mesmo antes da fase em que foi profissionalizada, tem uma história importante no seu país, que agora foi aposentada.

Quanto à TAM, quem viveu o período em que o Comandante Rolim esteve à sua frente (como esse jornalista, ex-funcionário) sabe que a companhia construiu um estilo inigualável que a transformou na maior empresa aérea brasileira num curto espaço de tempo.

A grande questão é saber se algo da essência dessas duas conhecidas marcas restará na nova ‘LATAM’ a ponto de fazer valer a pena seus respectivos desaparecimentos. Uma coisa, no entanto, é certa: o Brasil e o Chile perderam suas “flag carriers“.

Crônica: Aviação sem noção

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  1. Ricardo, muito boa a comparação e as informações escritas no artigo!

    Sou leigo no assunto. Mas não vejo a perda das “flag carriers” TAM e LAN ruim. Acho que isso é um processo natural de mercado, para que ambas as companhias consigam reduzir custos e ofertar passagens em preços competitivos aqui dentro e lá fora.

    Vejo também que a a ideia da LATAM é maior do que “exportar” Brasil ou Chile. Pelo que vi no site deles, a ideia é exportar a América Latina lá para fora. Isso eu achei muito legal!

    Acho que isso compensa, muito, o fato da perda das flag carriers TAM e LAN…

    Abs!

  2. Diversamente do comentário anterior, ambos países perderam sim seus flag carriers. Em especial o Brasil. Se, supostamente, houve uma fusão das empresas em que buscaram criar uma terceira marca que traz a América Latina no nome (LATin AMerica) há o dever de preservação, em algum grau, da identidade brasileira. Não querendo parecer ufanista, mas pelas fotos que vi de divulgação da Latam, eles aboliram completamente o português em seu material aeroportuário na América do Sul, bem como no material que distribuíram nos primeiros vôos com a nova marca, onde o português aparecia como segunda língua em fonte menor. Não obstante o maior número de países que falam espanhol, a população lusófona é em número semelhante, bem como uma das marcas antecessoras era brasileira. O descrédito com o português demonstra uma “digestão” da Tam por parte da Lan. O sentimento ufanista passa longe de mim, porém nesse âmbito acho extremamente importante a figura das flag carriers e por isso já venho adotando prioritariamente a Azul, que traz o Brasil em sua fuselagem. Se os EUA, França, Holanda, Inglaterra, Japão, etc, possuem sociedades de economia mista na área, resta evidente a função social de porta bandeira de ao menos uma grande companhia aérea nacional,

  3. Achei horrível essa fusão da TAM+LAM, essa futura empresa aérea parece que tá dando um marketing baixo demais, pois “LATAM”, dá há impressão que é uma empresa sucateada. tipo, uma ideia de “lata”, se é que vocês me entendem. Gostei de nenhuma das duas opções de nome. Precisam dar outro tipo de nome, para melhorar a marca da empresa.

  4. Só eu achei uma sacada sensacional no nome????
    Gente, em um único nome eles conseguiram unir os nomes das duas empresas, além de fazer referencia ao real objetivo da nova companhia, que é levar o nome da America Latina para o resto do mundo!!!

    LaTam (Lan + Tam)
    LATAM (LATin AMérica)

    É simplesmente sensacional!!! A única coisa que não gostei muito foi da identidade visual da marca, que apesar de utilizar as cores principais das duas marcas, não remete em nada as cores da nossa bandeira…

  5. Eu acho um pena a marca TAM deixar de certa forma de existir um perca pro nome inclusive na aviação no Brasil!
    Solução bem melhor encontrada na CIA Europeias e da United e da Continental!

  6. Não querendo ser chato mas sendo vamos aos fatos tipo doa a quem doer:

    1) A família Amaro simplesmente vendeu a TAM para a Lan Chile, o resto é conversa para boi dormir.
    2) O nome LATAM é horrível, soa como lata.
    3) Flag Carrier como a VARIG….NUNCA MAIS!!!!

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