A LATAM solicitou a terceira postergação da data de apresentação do plano de reorganização financeira destinado a fazê-la deixar a recuperação judicial estabelecida numa corte de Nova York, nos EUA, no ano passado.
Antes previsto para o próximo dia 15, agora o prazo foi remarcado para 15 de outubro. A aprovação do plano foi transferiada de 8 de novembro para 15 de dezembro. Originalmente, o plano deveria ter sido apresentado em 29 de janeiro, mas a LATAM acabou pedindo mais tempo para negociar com seus credores.
As datas-limites servem como uma proteção para que a companhia aérea possa chegar a um acordo capaz de ser aceito e assim evitar ofertas externas, como a pretendida pela rival Azul. Se os credores não ficam satisfeitos com os termos da proposta da LATAM em tese podem apresentar planos alternativos.
Apesar disso, a empresa chilena afirmou estar em condições positivas para sair do “Capítulo 11”, como é chamado o processo de recuperação judicial dos EUA. Ela revelou ter em 31 de julho US$ 1,1 bilhão em caixa além de US$ 800 milhões disponíveis de um empréstimo feito pelos sócios, mas não utilizado ainda.
A LATAM também afirmou ter recebido várias sondagens de grupos interessados em financiar sua recuperação após compartilhar suas perspectivas financeiras para os próximos anos, com volumes acima de US$ 5 bilhões cada. A companhia aérea prevê recuperar a rentabilidade aos níveis de 2019 até 2026.
O otimismo vem do crescimento da demanda doméstica na maior parte dos mercados em que atua, inclusive o Brasil. Apenas a malha internacional, que era um dos pontos fortes da empresa, segue bem abaixo dos níveis pré-pandemia, por conta das restrições de viagem.
A empresa revelou ainda ter economizado cerca de US$ 900 milhões por ano, graças à transformação digital, renegociação com fornecedores e reestruturação da frota.
“Apesar da crise dramática que enfrentamos, aproveitamos ao máximo a nossa reestruturação, não apenas nos tornando substancialmente mais eficientes, mas também consolidando uma proposta de valor melhor para os clientes, o que tem sido reforçado pelo grande interesse que recebemos em conceder financiamento de saída”, disse Roberto Alvo, CEO da LATAM Airlines.
Alvo respondeu a uma questão sobre o assédio da Azul à divisão brasileira em conferência nesta sexta-feira. “O interesse da Azul é se defender, mas estamos tranquilos, não temos intenção nenhuma de vender unidades de negócios”, garantiu.