Lilium, que faria o “carro voador” da Azul, está prestes a pedir concordata

Crise da startup alemã se agravou após governo alemão retirar garantia de empréstimo
O Lilium Jet em montagem sobre o Rio de Janeiro (Lilium)
O Lilium Jet em montagem sobre o Rio de Janeiro (Lilium)

A Lilium, startup alemã que está desenvolvendo aeronaves eVTOL – e tem carta de intenções da Azul para até 220 unidades do “carro voador” Lilium Jet -, está passando por sérias dificuldades financeiras. Suas principais subsidiárias na Alemanha, inclusive, estão se preparando para entrar com pedido de concordata, devido à sua crescente crise de caixa.

Nesta quinta-feira (24), a empresa informou que as subsidiárias Lilium GmbH e Lilium eAircraft não poderão honrar suas dívidas nos próximos dias. De acordo com um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), as subsidiárias devem recorrer à lei de falências alemã, solicitando um processo de autoadministração.

O Lilium Jet leva até 7 ocupantes (Lilium)
O Lilium Jet leva até 7 ocupantes (Lilium)

Durante esse processo, a empresa-mãe, registrada na Holanda como Lilium NV, poderá perder o controle sobre as subsidiárias. A gestão das unidades alemãs continuaria sob a supervisão de um custodiante e dois advogados, que atuariam como “administradores de falência”. O objetivo é vender os ativos ou a totalidade do negócio para maximizar os retornos aos credores.

A Lilium está analisando os possíveis impactos do pedido de falência das subsidiárias. Caso não consiga novas fontes de financiamento, a controladora também pode seguir o mesmo caminho. Tanto a empresa-mãe quanto as subsidiárias enfrentam severas restrições financeiras e não conseguirão continuar operando sem apoio externo.

A Lilium também alerta que, caso ocorra a insolvência, suas ações, negociadas na bolsa Nasdaq, podem ser removidas. Além disso, os atuais investidores, como a Honeywell, que investiu em 2021, provavelmente perderão o valor de seus aportes.

Governo alemão retirou garantias de empréstimo

A crise financeira da Lilium se agravou quando o governo alemão recusou-se a garantir metade de um empréstimo de 100 milhões de euros do banco de desenvolvimento estatal. A outra metade seria garantida pelo governo da Baviera, onde a empresa está sediada, mas as negociações entre as partes não avançaram.

Desde sua fundação, a empresa já gastou cerca de 1,5 bilhão de euros no desenvolvimento do Lilium Jet, sua aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical. O primeiro voo de um protótipo certificado estava previsto para o próximo ano, com a certificação esperada para 2026.

Apesar de afirmar ter 780 aeronaves encomendadas, incluindo compromissos firmes da Saudia (50 unidades) e da brasileira Azul, a viabilidade do projeto continua incerta.

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  1. Desenvolver novos projetos não é para amadores.
    1) CSerie Bombardier: USD 6bi. Vendido para Airbus (A220).
    2) Mitsubishi MRJ: USD 7.5 bi. Cancelado.
    3) Lilium : EUR 1.5bi, sem certificação.

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