Lockheed Martin desiste de disputar com a Boeing contrato de aviões-tanque para a Força Aérea dos EUA

Fabricante havia fechado uma parceria com a Airbus para oferecer o LMXT, uma versão do jato A330 MRTT. Rival deve ter caminho facilitado para fornecer mais aviões KC-46
Arte mostrando o LMXT, proposta da Lockheed para a USAF (LM)

A Lockheed Martin não vai mais oferecer a aeronave LMXT, um A330 MRTT de reabastecimento aéreo projetado para substituir os KC-135 da Força Aérea dos EUA (USAF).

Em um comunicado divulgado na segunda-feira (23), a empresa afirmou que focará sua equipe e recursos para outros projetos como uma solução de reabastecimento aéreo para o futuro caça de 6ª geração da USAF.

“A Lockheed Martin decidiu não responder à Solicitação de Informações (RFI) de recapitalização da frota KC-135 da Força Aérea dos EUA. Estamos fazendo a transição da equipe e dos recursos LMXT da Lockheed Martin para novas oportunidades e programas prioritários dentro da Lockheed Martin, incluindo o desenvolvimento de soluções de reabastecimento aéreo em apoio à iniciativa do Sistema de Reabastecimento Aéreo de Próxima Geração (NGAS) da Força Aérea dos EUA”, disse a empresa.

A fabricante havia se unido à Airbus para voltar a oferecer o A330 MRTT (Multirole Transport Tanker), uma variante de carga e reabastecimento aéreo com maior capacidade que o KC-46A Pegasus, o mais novo avião-tanque dos EUA.

Anteriormente, a fabricante europeia havia participado da concorrência KC-X em parceria com a Northrop Grumman, porém, acabou derrotada pela rival dos EUA após uma batalha judicial.

O KC-46 também pode ser reabastecido em voo, o que permite a aeronave voar para qualquer parte do mundo (USAF)
O KC-46 reabaste em voo por outro KC-46A (USAF)

Airbus diz que vai seguir na concorrência

A Força Aérea havia lançado uma segunda concorrência, a KC-Y, para uma aeronave “ponte” que pudesse substituir os KC-135 Stratotanker restantes como complemento ao programa anterior.

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No entanto, o Pentágono mudou o projeto, preferindo centrar esforços para um futuro programa de aviões-tanque furtivos e por isso reduziu a encomenda de 75 aeronaves, o que pode ter sido um dos motivos da desistência da Lockheed Martin.

A quantidade pequena significaria uma dificuldade maior em convencer a USAF a investir em um novo avião e tecnologia em vez de ampliar a encomenda de KC-46, jato baseado no 767-200 e que passou por vários problemas durante seu desenvolvimento.

Sem a Lockheed, o cenário fica amplamente favorável à Boeing a despeito de a Airbus ter afirmado que estuda seguir em frente com a proposta do A330 MRTT. Sem um parceiro norte-americano, entretanto, as chances de vitória são mínimas.

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