A Lockheed Martin entregou nesta semana o 300° caça F-35 de série nos Estados Unidos. A aeronave, um modelo F-35A, foi recebida pela Força Aérea dos EUA na Base Aérea de Hill, em Utah. A marca é expressiva, mas ainda não chega a um décimo da produção planejada para o jato, que passa de 3.000 unidades encomendadas por 11 países.
A fabricante iniciou as entregas dos modelos de produção em 2012, embora ainda não totalmente operacionais, como é comum na transição da aeronave para o operador militar. O F-35 é um complexo programa que envolve três aeronaves diferentes. Não à toa, o custo de desenvolvimento do caça é o mais caro da história da aviação, com mais de US$ 400 bilhões consumidos. A Lockheed Martin, porém, depois de todo o dinheiro investido e o aumento da produção, promete oferecer um preço competitivo para o caça a partir de 2020.
O plano da fabricante americana é reduzir o valor do F-35A para US$ 80 milhões (cerca de R$ 296 milhões) em dois anos. Como compara a fabricante, esse preço é igual ou menor aos de caças de gerações anteriores. O valor atual do F-35 na versão A gira em torno de US$ 96 milhões. A versão mais cara, e também a mais complexa, é o modelo B, avaliado em US$ 122 milhões.
O F-35, por outro lado, é um dos aviões militares mais avançados da história e talvez o caça mais avançado do Ocidente e dos países aliados dos EUA. Os primeiros 300 F-35 incluem 197 unidades do F-35A, versão de pouso e decolagem vertical, 75 modelos F-35B, de pouso e decolagem vertical e mais 28 F-35C, outra versão naval, mas a “moda antiga”, com sistemas para pouso e decolagem com catapultas e cabos de desaceleração.
“O F-35 é um facilitador chave da nossa estratégia de defesa nacional e está fornecendo aos combatentes as capacidades avançadas de combate comprovadas”, disse o vice-almirante Mat Winter, diretor executivo do programa de desenvolvimento do caça F-35 . “No futuro, nossa equipe continua comprometida em reduzir custos, aumentar a qualidade e realizar entregas mais rápidas.”
O F-35A já está em operação em oito países: Austrália, Itália, Holanda, Noruega, Israel, Japão, Coreia do Sul e os EUA. A maioria dos países que encomendaram o avião também participam do projeto e alguns possuem produção local, como é o caso do modelo fabricado no Japão pela Mitsubishi.
O F-35B, desenvolvido para operar em porta-aviões menores, já é usado por três países: Itália, Estados Unidos e o Reino Unido. Ja a versão F-35C é operada somente pela marinha dos EUA.
O próximo cliente do F-35 será a Turquia, que vai receber seu primeiro caça (um F-35A) ainda neste mês. O país euro-asiático pode ser um dos maiores clientes do caça, com planos de adquirir mais de 130 unidades. Outro país que participa do projeto é a Dinamarca, que deve receber seus primeiros aviões ainda neste ano.
Os mais de 3.000 caças F-35 encomendados, a maioria pelos EUA (mais de 1.700), estão programados para serem entregues até 2070.
Super-caça do Ocidente
Avião mais caro da história, mas também um dos mais avançados de todos os tempos. Tecnologia stealth, velocidade supersônica, sensores avançados, armas de longo alcance… A lista de recursos e artifícios do F-35 faz dele não só um avião (muito) caro, como também uma máquina de guerra capaz de realizar ataques de precisão sem ser detectada pelo inimigo. E ainda como destaca a Lockheed Martin, “trazer nossos homens e mulheres de fardas de volta para casa em segurança”.
O primeiro voo do F-35, um modelo A, foi realizado em 15 de dezembro de 2006 e as primeiras unidades foram declaradas prontas para combate a partir de 2016. Apesar de novo, o jato já teve seu “batismo de fogo”: Israel confirmou recentemente o uso da aeronave em dois ataques no Oriente Médio.
O Saab Gripen NG, caça encomendado pela Força Aérea Brasileira (FAB), é avaliado em cerca de US$ 85 milhões por unidade. Seu custo de desenvolvimento, porém, é muito menor que o aplicado no F-35. O programa de desenvolvimento do Gripen começou no final da década de 1980 na Suécia e desde então já consumiu cerca de US$ 56 bilhões. O Brasil participa do projeto na nova geração do caça, que a fabricante sueca também chama de Gripen E.
A FAB vai receber 36 caças a partir de 2019 e o acordo avaliado em US$ 5,4 bilhões também prevê a transferência de tecnologia do Gripen para o Brasil. Como parte deste processo, uma parte do volume das aeronaves encomendadas serão fabricadas pela Embraer. Esse tipo de negociação também acontece em contratos do F-35, embora com mais restrições.
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O Gripen ng é um caça de quinta geração, assim como o F35 e não de quarta geração como a reportagem fala. São capacidades diferentes, mas são dois caças de Quinta geração.