A Lockheed Martin fez uma aposta ousada para sair-se vencedora na recente concorrência do governo da Índia para um novo caça de combate. A fabricante americana ofereceu o caça F-21 com exclusividade à Força Aérea da Índia (IAF) no programa de US$ 18 bilhões (R$ 72 bilhões) – concorrem também os caças Saab Gripen, Dassault Rafale, UAC MiG-35, Boeing F/A-18 e Eurofighter Typhoon.
O F-21 nada mais é do que uma variante derivada do F-16 Fighting Falcon, um dos mais famosos caças do mundo. A ideia, no entanto, é “congelar” uma configuração com aviônicos e especificações indianas exclusivas. Além disso, a Lockheed Martin se comprometeu a produzir os 114 aviões previstos no país com sua parceria local, a Tata, uma gigante industrial.
Embora alguns críticos considerem o F-21 um F-16 Block 70, a fabricante argumenta que há sim várias diferenças, entre elas a vida em serviço mais ampla, de 12.000 horas (40% mais que o F-16) e o sistema de guerra eletrônico sob encomenda. O F-21 também levará 40% mais armamentos e pode ser equipado com recursos como o IRST (Sensor infravermelho de aquisição de alvos) e os TMLAs (adaptadores triplos para mísseis).
Região tensa
O governo indiano emitiu o requerimento para compra dos caças em abril e deve autorizar os recursos financeiros para a aquisição em junho. Entre os requisitos estão a fabricação de pelo menos 85% dos caças no país, uma parceria local e a transferência de tecnologia. O formato lembra em parte a concorrência F-X2 brasileira, que selecionou o Gripen E/F, mas o programa indiano é bem mais amplo e caro que o da FAB, que custou US$ 5,4 bilhões em valores de 2010.
A Força Aérea da Índia opera atualmente uma frota de caças de origem sobretudo francesa e russa. Há desde velhos MiG-21 e Mirage 2000 a caças mais novos como o Rafale, MiG-29 e o Sukhoi Su-30, o mais numeroso da força. Desde 2015, ela conta também com o HAL Tejas, um caça de combate desenvolvido localmente com suporte da Dassault.
Devido aos frequentes conflitos com o Paquistão, a Força Aérea da Índia tem ampliado seu poderio. Em fevereiro, caças MiG-21 enfrentaram aviões paquistaneses e derrubaram um F-16, justamente o avião de combate oferecido agora pela Lockheed Martin.
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