A fabricante norte-americana Lockheed Martin foi selecionada pelo governo japonês para fornecer suporte tecnológico ao grupo Mitsubishi Heavy Industries (MHI) no desenvolvimento de um caça de sexta geração para a Força Aérea de Autodefesa do Japão, de acordo com o jornal Nikkei.
No final de outubro, a Mitsubishi foi selecionada pelo governo japonês para liderar o programa F-X. Uma semana depois, três empresas estrangeiras (Boeing e Lockheed Martin dos EUA e BAe Systems do Reino Unido) responderam à licitação do Ministério da Defesa do Japão para apoiar o desenvolvimento do novo jato militar.
O Japão planeja fabricar cerca de 90 caças, que sucederão o antigo Mitsubishi F-2 (versão local do Lockheed Martin F-16), com implantação prevista para 2035. Segundo o jornal japonês, o custo do projeto deve ultrapassar a marca de 5 trilhões de ienes (cerca de R$ 243,7 bilhões).
Líder do projeto, a Mitsubishi será responsável pelo design da aeronave e a integração de sistemas, além do sistema de guerra eletrônica, que será fornecido pela Mitsubishi Electric. Outras empresas japonesas envolvidas no programa F-X são a Subaru (encarregada de fornecer o trem de pouso), IHI (desenvolvimento de motores), além da Toshiba e a Fujitsu (responsáveis pelo radar da caça).
Está será a primeira vez desde a década de 1970 que empresas japonesas se unem para produzir uma aeronave de defesa. O último caça projetado no Japão foi o F-1.
O governo japonês anuncia o novo jato como um caça multifuncional, capaz de atacar alvos terrestres e marítimos, bem como participar de combates aéreos. Ele terá tecnologia stealth (“invisível” aos radares), além de equipamentos de guerra eletrônica à prova de interferências. O avião também será capaz de compartilhar dados com aeronaves de combate dos EUA, como os caças F-22 e F-35, facilitando o desenvolvimento de operações conjuntas entre os dois países.
Entre 2016 e 2017, a Mitsubishi testou o X-2, um demonstrador de tecnologia que pode considerado um “rascunho” do programa F-X. A fabricante japonesa realizou 34 voos com a aeronave, que possui características stealth. Os japoneses também realizaram outros 14 estudos para explorar as tecnologias do novo caça, como engenharia de sensores, compartimentos de armas e até um motor nativo para equipar a nova aeronave.
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