Diante do impacto da crise do coronavírus em sua operação, a Lufthansa anunciou nesta terça-feira, 7, a aposentaria de diversos aviões de sua frota, entre eles seis Airbus A380 e cinco Boeing 747-400, seus maiores modelos. Além dos dois jatos, serão retirados de serviço sete A340-600 e onze A320 que eram utilizados em rotas de curto alcance.
“O Conselho Executivo da Deutsche Lufthansa AG não espera que o setor de aviação retorne aos níveis de crise pré-coronavírus muito rapidamente. Segundo sua avaliação, levará meses até que as restrições globais de viagens sejam completamente suspensas e anos até que a demanda mundial por viagens aéreas retorne aos níveis pré-crise”, diz o comunicado da empresa.
Além dos aviões da Lufthansa, o grupo também retirará de serviço três A340-300 que eram usados pela Lufthansa Cityline em voos turísticos. A subsidiária Germanwings, por sua vez, terá parte de sua operação absorvida pela Lufthansa e sua marca deixará de existir, enquanto a Eurowings perderá dez A320 que eram usados por ela. Outras empresas associadas, a Swiss, Austrian e Brussels Airlines também farão cortes em sua malha e frota além de postergar entregas de novas aeronaves.
A380 serão vendidos para a Airbus em 2022
A Lufthansa já havia anunciado em julho de 2019 que venderia seis de seus 14 A380 de volta para Airbus em 2022, mas a intenção era mantê-los em operação até lá. Agora, não se sabe qual será o destino dessas aeronaves enquanto isso não ocorrer. Menos eficientes, os Boeing 747-400 ainda somarão nove unidades na frota da companhia aérea, além de 19 Boeing 747-8, mais eficientes.
Quanto ao A340, o quadrijato ainda é numeroso na empresa, com 17 unidades tanto do modelo A340-300 quanto do A340-600, a variante de maior capacidade. Eles estão sendo substituídos pelos A350-900, mas deveriam permanecer na frota por um bom tempo ainda.
O anúncio da Lufthansa deverá ser seguido por inúmeras companhias aéreas em meio à queda brutal no tráfego aéreo de passageiros. Com perspectivas de uma retomada lenta dos voos, é provável que a maior parte da frota mundial de aviões comerciais acabe permanecendo inativa, causando prejuízos incontáveis para as empresas aéreas e arrendadoras e afetando fabricantes por conta da esperada queda na demanda por novas aeronaves.
Atualizado em 10 de abril para corrigir a informação a respeito da Eurowings e Germanwings.
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