A Lufthansa finalmente decidiu qual será o jato que equipará sua nova subsidiária City Airlines e a notícia não é boa para a Embraer. O grupo alemão decidiu encomendar 40 Airbus A220-300 em vez do E195-E2.
Além do avião europeu, a empresa aérea também anunciou uma encomenda de 40 Boeing 737 MAX 8.
Segundo a Lufthansa, o A220-300 será configurado com 148 assentos e terá as primeiras aeronaves entregues em 2026. A empresa também possui 20 opções de compra do tipo.
Os A220 serão operados pela Lufthansa City Airlines, uma transportadora regional de baixo custo que fará o papel de levar passageiros de pequenas cidades para os hubs de Munique e Frankfurt.
A City estreará seus primeiros voos em julho de 2024 com aeronaves A319 repassadas pela Lufthansa até a chegada dos primeiros A220.
Boeing 737 de volta à Lufthansa
A Lufthansa também revelou que os primeiros 737-8 serão recebidos a partir do terceiro trimestre de 2027 e terão 190 assentos, uma configuração bastante densa.
Segundo a empresa , ainda não está decidido quais companhias aéreas do grupo receberão os 737, mas a Swiss, City e a própria Lufthansa não estariam entre elas.
Ainda assim, trata-se do retorno do jato de fuselagem estreita ao grupo após a desativação de modelos 737-300 em 2016.
A Lufthansa chegou a operar 155 unidades do popular jato bimotor da Boeing no passado, como o pioneiro 737-100, do qual a empresa foi a primeira cliente no mundo em 1968.
Além dos novos pedidos, a Lufthansa também garantiu mais 40 opções de compra de aeronaves da família A320neo.
Derrota dura, mas que não surpreende
A opção pelo A220 em vez do E195-E2 pela Lufthansa parecia uma cartada fácil já que o modelo da Airbus opera na Swiss há muitos anos.
O poder de barganha da fabricante europeia, que tem centenas de pedidos de aeronaves do grupo alemão, também pode ter pesado em favor de condições de aquisição mais vantajosas.
Embora a Embraer tenha uma frota considerável de E-Jets de primeira geração operando em algumas subsidiárias do grupo, eles têm um papel secundário na malha como um todo.
A potencial encomenda dos jatos E2 pela Lufthansa tinha uma importância estratégica para a Embraer já que até aqui há poucas grandes companhias aéreas entre os clientes da nova família.
Agora é torcer pra dar certo o pedido da LOT.
Que triste essa notícia
Estava na cara. Na última reportagem eu disse que ficaria surpreso se os E2 fossem os escolhidos, ainda que existam vários E1 no grupo; a diferença é que, à época, os CRJ da Bombardier não eram páreo para os E1 mas, agora, com os A220 (antigos C-Series da Bombardier) as empresas europeias darão privilégio ao consórcio europeu (consórcio só no papel mesmo pois quem “dá as cartas” são os franceses) ainda que os E2 sejam mais leves e devem ser mais vantajosos em determinadas rotas mas são as empresas que escolhem o que é bom para elas. Algo que não esqueço foi a decisão da Breeze em escolher os A220 dizendo que estes tem uma autonomia maior. Será que a Embraer não poderia fazer uma versão AR ou LR dos E2, ao menos, para diminuir essa desvantagem em relação ao produto canadense, quer dizer, “europeu” ?
Surpreso com a aquisição de 40 737-8 MAX. Talvez seja para substituição de antigos 737 das subsidiárias do grupo sendo, assim, mais econômico em adaptar a equipe de manutenção e tripulação a um equipamento familiar.