O grupo alemão Lufthansa informou nesta quarta-feira (26) que está perto de concluir a conversão do Airbus A350-900 “Erfurt” (modelo com registro D-AIXJ) em um laboratório voador de pesquisas climáticas. O projeto é conduzido em parceria com Karlsruhe Institute of Technology (KIT), uma das universidades de tecnologia mais renomadas da Alemanha.
A conversão da aeronave ocorre no contexto do programa europeu de pesquisas climáticas IAGOS-CARIBIC*. Na etapa mais recente da modificação, o avião da Airbus recebeu a instalação da sonda de medição (confira na imagem abaixo) desenvolvida especialmente para o projeto da fuselagem inferior do A350. O equipamento também já foi testado em voo, informou a companhia aérea.
A Lufthansa afirma que o sistema de medição acoplado na aeronave é o mais complexo do gênero, possuindo sensores de alta frequência e precisão de pressão e temperatura. O dispositivo entrará em ação a partir de 2024, coletando dados climáticos durantes voos regulares com passageiros em rotas selecionadas ao redor do mundo.
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“A conversão do nosso Lufthansa Airbus A350 em uma aeronave de pesquisa climática é um projeto globalmente único no qual colegas de uma ampla variedade de áreas da Lufthansa têm trabalhando em conjunto com parceiros científicos há anos. Nosso objetivo é fazer uma contribuição valiosa para a pesquisa climática. Os dados que nossa aeronave coletará em todo o mundo no futuro ajudarão a melhorar os modelos atmosféricos e climáticos atuais e, portanto, seu valor informativo para o futuro clima na Terra”, diz Jens Ritter, CEO da Lufthansa Airlines.
Nos próximos meses, a empresa alemã diz que montará no porão de bagagens do A350 um laboratório de medição de alta tecnologia no formato de um contêiner de carga com peso em torno de duas toneladas. A Lufthansa afirma que o espaço contará com cerca de 20 instrumentos de coleta de dados capazes de identificar traços de mais de 100 diferentes tipos de gases, aerossóis e parâmetros de nuvens desde o solo até a região da tropopausa, entre 9 mil metros e 13 mil m de altitude.
“Com as medições de alta precisão de muitos parâmetros, podemos entender quais processos atmosféricos estão mudando e como as mudanças climáticas, em uma região de altitude onde ocorre a maior parte da radiação atmosférica, ou seja, o efeito estufa, é gerado e alterado. Podemos, assim, identificar erros específicos do processo e suas causas em modelos climáticos e, posteriormente, melhorar suas capacidades preditivas”, disse Andreas Zahn do KIT e coordenador do IAGOS-CARIBIC.
Além do Grupo Lufthansa e do KIT, seis outras empresas (Lufthansa Technik, Airbus, Safran, Enviscope, Dynatec e ACC COLUMBIA Jet Service) estão envolvidas no projeto IAGOS-CARIBIC. O KIT também atua como coordenador de um consórcio científico que envolve 12 instituições de pesquisa na Europa e nos Estados Unidos.
O grupo Lufthansa atua no campo de pesquisas climáticas e meteorológicas há quase 30 anos e equipou várias aeronaves com instrumentos científicos desde estão. O “laboratório voador” mais recente da empresa alemã foi o Airbus A340-600 com matrícula D-AIHE. Entre 2004 e 2020, a aeronave realizou cerca de 500 voos de medição em colaboração com o projeto CARIBIC.
*IAGOS-CARIBIC são dois acrônimos em inglês: IAGOS é uma abreviação para “In-service Aircraft for a Global Observaving System” (Aeronave em Serviço para um Sistema de Observação Global) e CARIBIC para “Civil Aircraft for the Regular Investigation of the atmosphere Based on a Instrument Container (Aeronave Civil para Investigação Regular da atmosfera Baseada em um Contêiner de Instrumentos).
