A Lufthansa anunciou nesta quarta-feira (03) que retomará os voos entre São Paulo e Munique, na Alemanha, a partir de 2 de dezembro. A rota havia sido suspensa em outubro de 2016 devido à queda na demanda, mas havia a expectativa de que a companhia alemã voltaria a operá-la no futuro, o que acabou se confirmando. No entanto, o voo não será diário como antes e sim operado em três dias da semana inicialmente.
A grande novidade será a introdução do Airbus A350-900, jato que a Lufthansa passou a receber desde 2017 e hoje conta com 13 unidades. Será a primeira vez que o jato de longo alcance voará regularmente para a América do Sul. Configurado para transportar 293 passageiros em três classes (48 na executiva, 21 na econômica premium e 223 na econômica), o A350 decolará de São Paulo às terças, sextas e domingos às 19h, com pouso em Munique na manhã seguinte, às 9h35. Já os voos de retorno partem da capital da Bavária às segundas, quintas e sábados às 22h30, com chegada em São Paulo prevista às 07h55 do dia seguinte.
“A plena confiança na recuperação da economia brasileira nos levou a decidir pelo relançamento dos voos diretos entre Munique e São Paulo. Estamos certos de que voos adicionais contribuirão para estimular novas demandas nos setores de negócios e lazer, facilitando ainda mais a conexão entre as duas cidades“, afirmou Tom Maes, diretor de vendas da Lufthansa para a América do Sul.
Ao escolher o Airbus A350 para a rota, a Lufthansa mantém praticamente a mesma oferta do quadrirreator A340-600, utilizado até 2016, mas o fará com uma enorme economia de combustível. Segundo a companhia, o novo Airbus consome 25% menos querosene, o que certamente ajudou a viabilizar o retorno do voo.
Golpe para a LATAM
A notícia da retomada do voo da Lufhansa reflete na decisão da LATAM em desistir temporiamente da rota para Munique. A companhia aérea havia anunciado o início de seu voo para a Alemanha a partir de junho, mas suspendeu a frequência no mês passado, alegando excesso de oferta para a Europa.
Além disso, o avião escolhido pela LATAM, o Boeing 767-300, precisaria receber modificações para comportar uma área de descanso para a tripulação por conta do tempo de voo. Com essa alteração, a aeronave perderia assentos e deixaria de ser viável economicamente. Agora, com a volta da concorrente, parece pouco provável que a LATAM encontrará demanda para viabilizar seu voo.
Embora seja cliente do mesmo avião e possa competir em condições semelhantes, a companhia tem uma frota pequena se comparada com a Lufthansa, que acaba de ampliar sua encomenda de A350 com a Airbus. Aliás, a empresa aérea alemã acaba de substituir outra aeronave antiga em seus voos para o Brasil, nesse caso no setor de cargas. O antigo MD-11F utilizado no voo entre Frankfurt e Viracopos foi substituído pelo birreator Boeing 777F nesta semana.
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