Os rumores de que a Lufthansa fará uma oferta para ficar com 40% da ITA Airways cresceram nos últimos dias, mas com uma novidade, a participação da MSC no possível acordo. A companhia de transporte marítimo, a maior a utilizar containers, admitiu ter feito apresentado uma oferta pela nova empresa aérea italiana, segundo a Bloomberg.
A transação é estimada em US$ 1,4 bilhão, cerca de R$ 9,2 bilhões numa conversão direta. A MSC, que é sediada em Genebra, apresentou uma manifestação de interesse ao governo italiano nesta segunda-feira, de acordo com o site.
A súbita entrada da empresa de transporte marítimo envolveria a possibilidade de sinergias já que o grupo também atua nas viagens de cruzeiro com seus transatlânticos.
Já a Lufthansa demonstra apetite por assumir parte da ITA desde os tempos em que o governo da Itália tentava leiloar a Alitalia. Mas a empresa alemã preferiu esperar pela nova empresa, que preservou apenas a parte sadia da antecessora.
Duas fontes da Reuters deram perspectivas diferentes sobre o desfecho da negociação. Uma delas afirmou que o acordo poderia ser anunciado ainda nesta semana enquanto a outra acredita que será preciso mais tempo para que os termos sejam aprovados.
No dia 31 haverá uma conferência do comitê executivo da ITA Airways quando, acredita-se poderá ocorrer um desfecho sobre o caso.
Alitalia ressuscitada
O desenrolar das tratativas com a Lufthansa e agora a MSC ocorre logo após surgir uma notícia inusitada na semana passada. Citando o CEO da empresa, Alfredo Altavilla, a ITA afirmou que tem planos de ressuscitar a marca “Alitalia” a partir de março.
Segundo fontes na imprensa italiana, a ideia é que o conhecido nome seja usado nas rotas intercontinentais, por conta da sua projeção. A ITA adquiriu os direitos de uso da marca logo após iniciar sua operação comercial em outubro.
Para surpresa na época, a companhia revelou um esquema de pintura inédito e uso da marca “ITA Airways” – até então ela era referida apenas como ITA, acrônimo de Italia Trasporto Aereo. A formação de um novo grupo, no entanto, fazia parte das condições impostas pela Comissão Europeia para socorrer a Alitalia, ou seja, seria preciso comprovar a “descontinuidade econômica” entre as duas.
Ao site Aviation24.be, Altavilla reconheceu que a empresa sempre teve intenção de usar o nome Alitalia, possivelmente como uma divisão ou subsidiária do grupo. Em tempo: a ITA Airways terminou 2021 com um prejuízo de 170 milhões de euros, com apenas dois meses e meio voando.