Operando sob supervisão do governo, a companhia aérea Alitalia passou a receber ofertas de grupos interessados em adquiri-la desde o dia 16 de outubro. Entre as sete ofertas já realizadas, a mais recente e polêmica delas veio da Lufthansa. Em vez de assumir a endividada companhia, os alemães propuseram pagar 250 milhões de euros (980 milhões de reais) por parte da frota de aviões da empresa italiana e empregos para metade de seus funcionários, segundo uma fonte informou à agência Reuters.
O governo italiano já teria tido uma reunião com a empresa alemã e novos encontros estão marcados para as próximas semanas. A Lufthansa teria prometido ficar com 90 a 100 aeronaves da frota da Alitalia (hoje com 123 unidades) e também absorveria cerca de 6 mil empregados dos 12 mil que ela tem em seu staff. Outras divisões da empesa, como a que cuida dos serviços de solo seria descartada.
O plano do grupo alemão também prevê a criação de uma “nova Alitalia” baseada em dois aeroportos, o de Milão, onde seria concentrados os principais voos de conexão, e outro “hub” no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, responsável pelas rotas internacionais, sobretudo para as Américas. Dependendo dos resultados obtidos nos primeiros anos, parte dos funcionários dispensados poderia ser recontratada.
Deficitária na maior parte da história
A Alitalia foi fundada em 1946, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Era uma das empresas que simbolizavam a recuperação do país após a derrota no conflito. A empresa representou a Itália como companhia de bandeira por várias décadas mas em 2008 foi encerrada após prejuízos seguidos (apenas em 1998 deu lucro). Meses depois o governo italiano mediou um renascimento da Alitalia em conjunto com empresários que adquiriram os ativos mais importantes.
Apesar disso, os resultados continuaram abaixo do esperado e a empresa sofreu com várias mudanças nesse período, criando parcerias com companhias como o grupo Air France-KLM e tendo como sócia a Etihad, dos Emirados Árabes.
Em maio deste ano, a Alitalia entrou com um pedido de recuperação judicial pouco antes de ver suas finanças implodirem. Agora, aguarda-se por esse segundo renascimento que deve ter um desfecho até 30 de abril de 2018, prazo dado pelo governo italiano para que os interessados se manifestem.
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