Maior rival do Airbus A321XLR é o A321LR, diz consultoria

Aeronave de fuselagem estreita de ultra longo alcance estreou voos em 14 de novembro, prometendo ser uma opção aos widebodies, mas analista vê potencial limitado no modelo
Airbus A321XLR
Airbus A321XLR

Foram mais de cinco anos entre o lançamento pela Airbus e o primeiro voo comercial, concluído em 14 de novembro pela Iberia, e agora o A321XLR é algo de fato real.

A variante de ultra longo alcance do jato de fuselagem estreita promete uma autonomia sem igual, de até 8.700 km, só possível aos grandes e caros widebodies.

Portanto, trata-se de uma aeronave de sucesso, com cerca de 500 pedidos na carteira e que não tem rivais. Não tem mesmo?

Para o analista Courtney Miller, CEO da Visual Approach Analytics, o A321XLR tem um duro concorrente, o “irmão” A321LR.

A Iberia estreou o A321XLR em 14 de novembro
A Iberia estreou o A321XLR em 14 de novembro

Lançada em 2014, a versão, que é usada pela TAP em alguns para o Brasil, pode voar por 7.400 km com 206 passageiros a bordo, graças aos três tanques extras instalados na sua fuselagem.

É um desempenho muito bom e que em tese torna o A321XLR uma aeronave de demanda muito limitada já que é mais caro, pesado, e com alguns inconvenientes como o pequeno espaço para a cozinha, por exemplo.

“O problema do XLR é que as variantes anteriores do A321neo podem fazer 85% do que o XLR pode por menos”, explica o consultor.

Ou seja, o A321XLR é uma aeronave ideal para rotas com mais de 7.400 km, mas elas representam uma parcela muito pequena da malha aérea da maioria dos potenciais operadores.

Airbus A321LR da TAP
Airbus A321LR da TAP (Airbus)

Demanda para 500 aeronaves

Segundo a Visual Approach, cerca de 0,2% dos voos de um A321neo ou de um Boeing 757 (narrowbody que teve seu momento de graça em rotas longas no passado) têm mais de 6.500 km.

Ou seja, o mercado potencial para o A321XLR é de 500 aeronaves, calcula Miller. Sim, o atual número de jatos encomendados.

Apesar disso, a consultoria acredita que a nova aeronave da Airbus poderá ir além, aproveitando a enorme demanda pela família A321neo. Talvez chegando a cerca de 900 a 1000 aeronaves, o que seria o mesmo que a Boeing produziu do 757.

Mas a desaceleração das novas encomendas do A321XLR pode ser um sinal de que o encanto com jato de ultra longo alcance perdeu algum apelo.

Os clientes do A321XLR até o momento (VAA)
Os clientes do A321XLR até o momento (VAA)

O último pedido conhecido foi da Icelandair há mais de um ano e nesse meio tempo a JetBlue adiou as entregas dos seus aviões e a Frontier converteu os XLR em outras versões mais baratas.

Miller, no entanto, vê algumas alternativas para ampliar a demanda do A321XLR.

“A maneira mais fácil de aumentar o mercado para o XLR é parar de oferecer o LR. A segunda maneira mais fácil é dar algum desconto no preço do XLR para remover a vantagem econômica que o LR oferece, exceto na autonomia extra digna do apelido ‘X'”, disse.

No Brasil, apenas a LATAM encomendou o A321XLR por enquanto.

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