A longevidade do Boeing 747 é um indício claro de seu sucesso como jato comercial, afinal são poucos os aviões comerciais que estão em produção há meio século. Porém, o “Jumbo” parece estar vivendo seus momentos de despedida, ao menos no transporte de passageiros. Nas últimas semanas, algumas importantes operadoras do modelo confirmaram planos de aposentadoria para o famoso jato.
O grupo Air France-KLM, um dos mais tradicionais clientes do 747, confirmou que retirará de serviço 10 aviões, sendo três deles da variante Combi (que leva passageiros e carga no piso principal), até 2021 – apenas os modelos puramente cargueiros permanecerão em operação. Os sucessores do “Jumbo” deverão ser o Airbus A350-900 e o Boeing 787-10.
Antes disso, a australiana Qantas já terá aposentado sete 747-400 que serão substituídos pelo 787-9 em 2020. Por outro lado, a companhia aérea pretende reformar o interior de seus 12 A380 para continuar a serem seus principais aviões de longa distância ao contrário de outras empresas que já planejam retirar o gigante europeu de serviço – embora tenha cancelado seus pedidos remanescentes.
Perto do fim
Na semana passada, a companhia aérea EVA Air, de Taiwan, realizou o último voo com um 747, um modelo cargueiro. A empresa operava com o jato da Boeing desde 1992 quando recebeu seu primeiro 747-400.
Além delas, também já anunciaram a aposentadoria do 747-400 empresas como a Lufthansa e a British Airways, que irão substituí-lo pelo novo 777X enquanto a Virgin Atlantic os trocará pelo A350-1000.
Uma das primeiras clientes do 747, a El Al deverá aposentar seus quatro últimas unidades até o final de 2019. Ainda assim, o Boeing permanecerá mais tempo na ativa do que no seu país natal. Nos EUA, o “Jumbo” deixou de voar com passageiros em 2017 quando a Delta Air Lines e a United Airlines retiraram seus aviões de serviço.
Quadrimotores fora de moda
Mesmo sendo um jato comercial muito maior do que tudo que existia no início da década de 70, o 747 fez sucesso mesmo quando a crise do petróleo elevou o preço do querosene a ponto de mudar a aviação comercial para sempre.
Quase sem rivais – os trijatos DC-10 e o L-1011 Tristar nunca o ameaçaram -, o 747 foi utilizado em rotas de longa distância e até em voos curtos como no Japão onde a versão SR era capaz de acomodar mais de 500 passageiros.
Aos poucos, no entanto, os primeiros widebodies bimotores começaram a se mostrar mais eficientes em rotas onde a demanda não era tão grande. Ao abrir novas possibilidade de voos diretos, esses jatos comerciais acabaram minando a demanda de voos que antes se justificavam pelo volume de conexões. Novos turbofans cada vez mais eficientes e confiáveis selaram o fim dos quadrimotores e trimotores na aviação.
A ironia é que o 747 deve continuar por muitos anos como um bom avião de carga, de certa forma uma volta às origens de seu projeto, quando a Boeing disputou a concorrência para fornecer um jato de transporte militar para a Força Aérea dos EUA.
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Veja também: Boeing 747: os 50 anos do gigante dos céus
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Excelente artigo, claro e conciso, contando resumidamente a vida do 747 esta supermaquina.