Mais de 80 aviões de prontidão para a Rio 2016

DECEA revela as estratégias de proteção do espaço aéreo e as áreas de exclusão durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
O F-5EM será o principal caça de defesa durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro (FAB)
O F-5EM será o principal caça de defesa durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro (FAB)
O F-5EM será o principal caça de defesa durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro (FAB)
O F-5EM será o principal caça de defesa durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro (FAB)

Difícil encontrar algum homem com barba na cara que, quando criança, não corria para a janela para encontrar no céu aquele jato que anunciava sua passagem com tamanho barulho. Nas Olimpíadas do Rio, esses marmanjos poderão ter a chance de se deliciarem com máquinas espetaculares, talvez com uma simples contemplação do horizonte carioca. A partir de 24 de julho, 80 aeronaves, entre aviões de caça e helicópteros de combate, estarão de prontidão para atuar na proteção aérea da cidade e também em outras capitais.

Durante entrevista coletiva na sede do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no Rio de Janeiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) detalhou as ações para os Jogos Olímpicos que começam no dia 5 de agosto. Aviões e helicópteros que serão usados, zonas de exclusão aérea, bases de apoio, funcionamento dos aeroportos, logística da chegada de delegações e chefes de estado estão entre as estratégias da corporação.

Para os aficionados por aviação, um prato cheio. Só para a parte de defesa área, um desfile de quatro máquinas de tirar o fôlego. A estrela é o F-5EM Tiger. Se algum malandro se fingir de desavisado e quiser invadir as zonas de uso restrito estipuladas pela FAB, vai ter de encarar as garras desse tigre. De origem norte-americana, o caça atinge a velocidade máxima de 2.112 km/h, carrega um canhão de 20 mm e tem capacidade para levar até 3.800 kg de armamentos, entre mísseis, foguetes e bombas.

Caberão aos F-5 a interceptação de aeronaves suspeitas e o disparo contra qualquer objeto que seja considerado hostil – situação limite só usada em caso de ameaça à segurança de cidadãos e do evento. Compõem a defesa aérea o Embraer A-29 Super Tucano (máxima de 593 km/h, com duas metralhadoras de 12,75 mm e capacidade de 1.500 kg de armamentos), além dos helicópteros de combate AH-2 e H-60, o popular Black Hawk. “Nossos aparelhos estarão voando durante os eventos para que possamos ter a agilidade necessária”, explica o Major-Brigadeiro do Ar Mário Luis Jordão, comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra).

Os céus ainda terão outras máquinas poderosas. Como os aparelhos remotos Hermes RQ-450 e RQ-900, para ações de reconhecimento, com câmeras de alta resolução e por infravermelho, e o “avião-radar” E-99 para vigilância. As patrulhas marítimas ficarão a cargo dos pilotos dos P-3AM, que poderão partir de bases no Rio, São Paulo e Bahia. Para reabastecimento em voo, os Hércules KC-130. “Ações de destruição só em situações extremas e com autorização do comandante da Aeronáutica”, explica o Major-Brigadeiro.

O "avião-radar" E-99 pode localizar aeronaves a cerca de 400 km de distância (FAB)
O “avião-radar” E-99 pode localizar aeronaves a cerca de 400 km de distância (FAB)

Estes aparelhos (e outros) estarão de prontidão e ajudarão no monitoramento das zonas de exclusão aérea, divididas em três níveis no Rio de Janeiro. A área Branca, que vai de Angra dos Reis (litoral Sul-fluminense) até Cabo Frio (Região dos Lagos), e do Oceano Atlântico até a divisa do estado com Minas Gerais, proíbe, a partir do dia 24 de julho, voos de treinamento, turismo, instrução, ultra-leves, asa-delta, assim como atividades de pulverização agrícola, balões, parapente, dirigíveis, drones, entre outros.

A FAB vai empregar diversos tipos de aeronaves na proteção dos jogos olímpicos (FAB)
A FAB vai empregar diversos tipos de aeronaves na proteção dos jogos olímpicos (FAB)

Zonas de exclusão

A partir do dia 3 de agosto até o dia 22, e dos dias 7 a 19 de setembro (Jogos Paralímpicos), entra em funcionamento a Área Amarela, que inclui os aeroportos Internacional Antonio Carlos Jobim/Galeão e Santos Dumont, e vai de Niterói a praia de Grumari (bairro da Zona Oeste) e do Oceano até Nova Iguaçu (município da Baixada Fluminense). Só poderão sobrevoar esta zona de 15 milhas náuticas (27,78 km) os aviões autorizados.

A área vermelha será ativada das 8h às 2h sobre os complexos esportivos onde ocorrerão as competições. Com 4 milhas náuticas de raio (7,4 km) protege a Barra da Tijuca/Jacarepaguá (Zona Oeste), os bairros do Maracanã, Deodoro e Engenho de Dentro (na Zona Norte) e Copacabana (Zona Sul). No caso da Barra, onde fica o Parque Olímpico, não haverá moleza: a zona estará ativada 24 horas por dia. A mesma logística de exclusão aérea valerá para as cidades que receberão as partidas de futebol das Olimpíadas – São Paulo, Brasília, Manaus, Salvador e Belo Horizonte.

A parte de aviação regular e comercial, obviamente, será afetada. Apesar da flexibilização da zona Vermelha na região do Santos Dumont devido às competições de vela que acontecerão na Baía de Guanabara, o aeroporto estará na área Amarela e ficará fechado para pousos e decolagens das 12h40 às 17h10, entre os dias 8 e 18 de agosto. Foi uma solicitação da empresa que fará a captação e geração de imagens da Rio 2016. Com isso, o Santos Dumont vai operar até meia-noite – normalmente, fecha às 22h30.

Aeronaves não autorizadas não poderão sobrevoar as zonas de exclusão (FAB)
Aeronaves não autorizadas não poderão sobrevoar as zonas de exclusão (FAB)

Já a Base Aérea do Galeão terá espaço exclusivo e controlado para o desembarque de chefes de estado e delegações. As bases aéreas de São Paulo (BASP) e Brasília (BABR) também recepcionará autoridades. “Um evento desses implica em regras e essas regras podem gerar uma quebra de rotina. Mas temos que dar toda a atenção à segurança”, justifica o Major-Brigadeiro Jordão.

O Aeroporto de Jacarepaguá terá operações limitadas exclusivamente para segurança. Ao todo, serão mais de 15 mil militares durante a Rio 2016. Todas as bases aéreas da cidade – Santa Cruz (BASC), Campo dos Afonsos (BAAF) e do Galeão (BAGL) – servirão de apoio logístico.

Em algumas destas bases estarão, ainda, os SC-105 e H-36, disponíveis para busca e salvamento. Na logística de transporte, o Boeing C-767, com capacidade para 38 toneladas e 257 passageiros, além do C-97 Brasília, do C-99 e do C-95 Bandeirante. O C-105 Amazonas estará voltado também para operações de evacuação. Nas Olimpíadas, vai ter gente com um olho nos atletas e outro no céu.

Veja mais: Embraer KC-390 realiza primeiro lançamento de paraquedistas

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2 comments
  1. Moro em frente ao parque olímpico e até agora não vi nenhum , vamos ver daqui uns dias se vai ter F5 rodando por aqui mesmo rssrs

  2. Eu era criança quando o F-5 entrou em ação na FAB. De lá pra cá, aqueles já se “aposentaram” (acredito) e outros atualizados já o substituíram. Exceto algum UFO, que ninguém obriga a nada, não haverá intrusos no céu “blindado” do RJ neste período. Para outras regiões do País, algum outro contingente de F-5 estará a postos (presumo).

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