Mais um defeito encontrado no Boeing 787: 222 jatos serão inspecionados

Agência de aviação civil dos EUA ordena a inspeção no porão de bagagens de 222 jatos Boeing 787
Boeing 787 Dreamliner
Boeing 787 Dreamliner

A Federal Aviation Administration (FAA), a agência de aviação civil dos EUA, emitiu nesta semana uma diretriz de aeronavegabilidade (AD) ordenando inspeções nos compartimentos de carga do Boeing 787 Dreamliner.

A agência norte-americana afirma ter recebido “múltiplos relatórios de incidentes” de painéis de descompressão desencaixados ou rasgados na área dos porões de carga de aeronaves 787 – painéis de descompressão são superfícies maleáveis que separam a cabine de passageiros do compartimento de carga.

O órgão de aviação dos EUA estima que a diretriz afeta 222 jatos 787, todos eles registrados nos EUA. A agência diz que o defeito nos painéis de descompressão são um risco de segurança pois “em caso de incêndio na carga, o vazamento significativo na área do portão pode resultar em concentração insuficientes de Halon (gás de extintor) para controlar adequadamente o incêndio”.

A agência pede aos operadores dos Dreamliner afetados que executem as inspeções até o final de março e o procedimento deverá ser repetido a cada 120 dias.

Boeing 787 e sua lista de problemas

A correção de segurança nos porões da carga é a mais recente numa lista crescente de defeitos que a Boeing enfrenta com a família de widebodies 787.

A FAA começou a investigar a fábrica da Boeing em North Charleston, na Carolina do Sul, em agosto de 2020, depois que o fabricante aterrou oito jatos 787. O problema estava relacionado à problemas na construção da seção traseira da fuselagem, com um risco de falha estrutural em voo.

Fábrica do Boeing 787 em North Charleston
Linha de produção do 787 em North Charleston, no estado da Carolina do Sul (Boeing)

Outro defeito estava no estabilizador horizontal da aeronave, que foi descoberto em fevereiro de 2020 e tornado público pela Boeing em setembro de 2020. Partes do estabilizador foram presas com força maior, resultando em desgaste prematuro nos componentes. Algumas semanas depois, a fabricante emitiu um aviso especial sobre um potencial problema no piloto automático.

Os problemas de produção forçaram a Boeing a executar uma série de verificações em suas fábricas e na cadeia de suprimentos da aeronave, o que resultou na entrega de apenas quatro Dreamliners no quarto trimestre de 2020. Em janeiro deste ano, a fabricante tinha cerca de 80 jatos 787 em estoque.

“Com base no que sabemos hoje, prevemos que iremos entregar a grande maioria dessas aeronaves durante 2021 e estamos trabalhando com nossos clientes para facilitar isso”, comentou Greg Smith, diretor financeiro da Boeing, durante a divulgação dos resultados da empresa em 2020.

Veja mais: Milagre nos céus

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