Após 42 anos de serviços no céu, na terra e no mar, a Marinha dos Estados Unidos (US Navy) aposentou os dois últimos jatos S-3B Viking que ainda estavam ativos. Os aparelhos voaram pela última vez no dia 11 de janeiro, a partir da Base Naval de Ventura County, em Point Mugu, na California.
Introduzido em 1974, como substituto para os patrulheiros S-2 Tracker, o Viking atuava nas missões anti-submarino, guerra eletrônica, reabastecedor aéreo, treinamento e até transporte de cargas para porta-aviões. Oficialmente, o S-3 foi aposentado da linha de frente do US Navy em 2009: as duas últimas unidades eram utilizadas em testes de voo.
“Ele ainda pode ir mais rápido e por muito tempo. O radar, apesar de ser velho, é bom como outros tão avançados. Nós conseguimos detectar até golfinhos e manchas de algas no mar”, contou o Capitão John Rousseau, que pilotou um dos S-3B na despedida, em comunicado do US Navy.
Em novembro de 2015, o esquadrão VX-30 (de testes e avaliações de voo do US Navy) e último operador militar do Viking, já havia retirado de serviço um jato veterano. O S-3B voou direto de Point Mugu para um cemitério de aviões no Arizona, a Base Aérea de Davis-Monthan. “As duas últimas aeronaves não devem ficar muito longe disso”, antecipou a Marinha dos EUA.
Um último Viking, porém, segue em serviço com a NASA. A agência espacial dos EUA possui desde 2009 um modelo equipado com aparelhos de pesquisa.
Caçador de submarinos
O Viking, desenvolvido pela Lockheed-Martin, foi concebido inicialmente para ser o meio de proteção dos porta-aviões dos EUA contra submarinos. Para atuar nessa função, o S-3 podia lançar sonoboias (até 60 artefatos), que conectadas a aeronave podiam denunciar a presença de embarcações a distância, e um curioso detector de anomalias magnéticas (MAD) no formato de uma haste retrátil na cauda do avião.
Encontrada a ameaça, o Viking podia seguir adiante e atacar os submarinos com torpedos. Na décadas de 1980 e 1990, o US Navy ampliou o leque de atuação da aeronave, que também passou a operar em missões anti-navio e de guerra eletrônica, nas quais recebeu equipamentos e armamentos específicos.
O Viking podia realizar missões de patrulha naval com mais de sete horas de duração. Foi também um dos aviões anti-submarinos mais rápidos já desenvolvidos: pode alcançar até 828 km/h (na versão S-3A). Na cabine vão quatro tripulantes, todos com assentos ejetáveis: piloto, co-piloto, operador de sensores e o coordenador tático (Tacco), que comanda as missões.
(Clique nas imagens para ampliar)
Desenvolvido para conter submarinos da antiga União Soviética, o Viking entrou em combate pela primeira vez na Guerra do Golfo, em 1991, contra o Iraque, que não possuía nenhum submarino.
Durante o conflito no Oriente Médio os aparelhos destruíram uma pequena embarcação e uma posição iraquiana de artilharia anti-aérea, além de realizaram missões de patrulha marítima. Na segunda intervenção dos EUA no Iraque, entre 2003 e 2011, os S-3 novamente atacaram objetivos navais e terrestres (entre 2003 e 2008). Apesar de todo aparato tecnológico, armamentos avançados e mais de 40 anos de serviços, o Viking nunca afundou um submarino.
Fonte: US Navy
Veja mais: Os 50 anos do primeiro pouso em porta-aviões da FAB
E há poucos anos foram oferecidos ao Brasil e a Argentina…Só que preferiram pegar o Tracker e modernizá-lo para só em 2018 ficarem prontos…Esse é o Brasil…
Ainda que mal pergunte… quem fica no lugar dele?
Paulo Pereira, o substituto foi o F/A-18E/F Super Hornet.