A longa crise da Alitalia pode se agravar caso a nova companhia aérea Air Italy obtenha sucesso em sua empreitada. Lançada nesta semana na Itália, a nova empresa aérea nasce sobre a base da Meridiana, companhia focada no mercado de turismo e lazer, mas com ambições de desembarcar a tradicional Alitalia.
Por trás do projeto estão o grupo Alisarda e a Qatar Airways que criaram a holding AQA com sede na Sardenha. Durante uma coletiva de imprensa em Milão, o presidente do grupo, Marco Rigotti, anunciou planos de ter em sua frota cerca de 50 aviões entre modelos Boeing 737 MAX e Boeing 787-8 até 2022. As entregas das novas aeronaves começarão pelo jato menor a partir de abril deste ano e maio de 2019 para o Dreamliner.
“Nos últimos 10 anos, a Meridiana testemunhou a transformação
radical da aviação européia, caracterizada por uma competição
feroz. A Air Italy pretende ser um líder na indústria global,
graças ao seu hub no aeroporto de Malpensa, em
Milão, reforçado pela nossa base em Fiumicino (Roma) e também
graças à nossa base original na Costa Esmeralda, que também é
sede da companhia aérea “, disse Rigotti.
Entre os destinos planejados estão Miami e Nova York a partir de Milão, Bangkok e também voos de longo alcance utilizando o aeroporto de Roma, principal destino turístico do país. Enquanto aguarda a chegada do 787, a Air Italy utilizará cinco A330-200 que serão entregues este ano. A nova empresa também utilizará a parceria com a Qatar Airways para ampliar as possibilidades de destinos para seus clientes.
Nome em segundo plano
Hoje a Meridiana possui uma frota de oito Boeing 737-800 NG e três 767-300 que serão desativados à medida que as novas aeronaves sejam entregues. Curiosamente, o novo Air Italy já era usado pelo grupo, mas numa subsidiária focada em voos charters. A companhia aérea foi fundada em 1963 com o nome de Alisarda e voos turísticos na região da Sardenha. Em 1991, seu nome foi alterado para Meridiana e no final de 2006 a empresa assumiu parte da também italiana Eurofly. Mais tarde, em 2011, o grupo adquiriu a Air Italy, então com cerca de seis anos de operação focada em voos turísticos.
Enquanto isso, a situação da Alitalia permanece indefinida. A deficitária companhia aérea está sob intervenção do governo italiano que pretende repassá-la para outro grupo privado, porém, até o momento os interessados não fizeram propostas pela empresa como um todo, preferindo adquirir suas “partes sadias”. Com eleições gerais previstas para o dia 4 de março, o governo do país não vê como resolver o assunto antes disso. O mais recente rumor a respeito da Alitalia envolve a venda para o consórcio formado por Air France-KLM, Delta EasyJet e o grupo Cerberus.
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