No que depender das companhias aéreas criadas por David Neeleman, o futuro do A321XLR está garantido. A versão de maior alcance e capacidade do jato de corredor único da Airbus é cotada para ser um dos principais anúncios no Paris Air Show, que começará no próximo dia 17.
O fundador da americana Moxy e da brasileira Azul, além de sócio da TAP Air Portugal, declarou nos EUA que “definitivamente estamos interessados no avião, esperando que ele seja confirmado em breve”, afirmou Neeleman.
Do outro lado do mundo, durante a conferência da IATA na Coreia do Sul, Christian Scherer, o chefão comercial da Airbus, deixou no ar que o A321XLR poderia entrar em operação entre 2023 e 2024 sem especificar detalhes.
O que se comenta no mercado é que a versão seria capaz de voar a partir de 4.000 milhas náuticas (7.410 km) com 220 passageiros a bordo, uma performance muito próxima a de um widebody antigo como o A310 da própria Airbus. Para conseguir esse feito, o jato receberia aprimoramentos nas asas e redução do peso além de um cockpit com tecnologia derivada do A350.
Tamanho ideal
Também em Seul o presidente da JetBlue, Robin Hayes, afirmou que a empresa tem interesse no A321XLR, uma aeronave que se encaixaria nos planos de expansão da companhia aérea.
De fato, a JetBlue já revelou que voará entre Nova York e Boston com destino a Londres, utilizando para isso o A321LR, atualmente o bimotor de um corredor de maior alcance do mercado. A companhia aérea dos EUA acaba de anunciar também um novo intercontinental que ligará Nova York a Guayaquil, no Equador, a partir de dezembro, naquele que será seu mais longo voo.
A JetBlue, empresa também fundada por David Neeleman, tem 85 A321neo encomendados e poderia em tese converter algumas unidades para o novo modelo como fez com o A321LR. Mas a Airbus deve ver Neeleman como a pessoa capaz de viabilizar a nova versão. As companhias aéreas controladas pelo executivo seriam candidatas naturais a utilizar o A321XLR.
Para a TAP seria uma extensão dos planos já iniciados com o A321LR, que passou a voar para Tel Aviv e estreou na rota entre Lisboa e Nova York no dia 1º de junho. A companhia portuguesa poderia expandir sua malha com o A321XLR para destinos transatlânticos no Brasil mantendo uma capacidade próxima de seus widebodies.
A Azul é outra companhia que faria um bom uso do A321XLR. A empresa deve receber os primeiros exemplares do A321neo em breve e, diante da ótima aceitação do A320neo, é certo que o novo jato mostrará seu valor em rotas com maior demanda. Hoje a empresa também voa para os Estados Unidos a partir de bases como Belém, no Pará.
Quem sabe, a Airbus não anunciará o A321XLR em Le Bourget já com pelo menos um pedido confirmado.
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