A COMAC, fabricante estatal de aeronaves da China, tem uma enorme lista com algumas centenas de pedidos do jato comerical C919 por companhias aéreas do país, mas já saiu a campo em busca de acordos no exterior.
Apenas as três principais transportadoras chinesas encomendaram 306 jatos do modelo dos quais apenas 15 haviam sido entregues até dezembro.
Ainda às voltas com a tarefa de acelerar o ritmo de produção em sua linha de montagem em Xangai, a COMAC já planeja incluir pedidos de companhias aéreas estrangeiras.
Representantes da empresa estariam em conversas com potenciais clientes em países como Indonésia, Cambodja e Cazaquistão, segundo reportagem da Bloomberg.
A companhia aérea de maior vulto a avaliar o C919 seria a Garuda, que pertence ao estado da Indonésia e é deficitária. Sua frota de jatos de fuselagem estreita é antiga e formada por 43 Boeing 737-800 com média de quase 13 anos de idade.
Embora esteja negociando um acordo com a Boeing e Airbus, a fila de espera pelo 737 MAX e o A320neo seria uma oportunidade para a COMAC ocupar esse nicho.
Não por acaso, o único cliente estrangeiro da COMAC é a TransNusa, uma pequena companhia aérea da Indonésia, que voa com alguns C909 (antigo ARJ21).
No Camboja, a empresa aérea sondada é a Angkor Air, que voa com apenas três jatos Airbus antigos. A SCAT Airlines, do Cazaquistão, teria conversado com a COMAC, ela que possui uma frota relevante do 737 MAX.
Possível cliente no Brasil
Além dessas empresas, algumas empresas aéreas asiáticas falam abertamente em avaliar um pedido do C919, entre elas a Vietnam Airlines, cujo CEO afirmou em novembro que a aeronave chinesa pode ser encomendada se obtiver o certificado de tipo fora da China.
Recentemente, a VietJet fechou um wet lease para dois C909 junto à Chengdu Airlines e que prestará serviços de ACMI a partir de janeiro de 2025.
Outra companhia aérea que cogita o C919 é a malaia AirAsia. A empresa de baixo custo admitiu conversar com Boeing, Airbus, Embraer e também a COMAC.
E há até mesmo um potencial cliente da aeronave no Brasil, país de origem da Embraer.
A Total Linhas Aéreas tem dito que negocia um acordo para operar quatro C919, a despeito de a aeronave ainda não ser aprovada para voar no país.