A Aerolíneas Argentinas passou o ano de 2024 em meio a um processo de encolhimento e de corte massivo de custos. A razão é o plano de privatizar a estatal e maior companhia aérea do país, lançado pelo presidente Javier Milei.
Desde a campanha eleitoral em 2023, o ‘libertário’ Milei tem anunciado que iria vender a deficitária transportadora novamente ao capital privado, mas o processo tem sido tortuoso.
Enquanto busca as aprovações necessárias para colocá-la em leilão, a administração atual tem cortado custos a fim de melhorar sua situação financeira.
Segundo a Reuters, 13% da força de trabalho foi dispensada enquanto rotas menos rentáveis foram cortadas e serviços como lanches a bordo, suprimidos.
Milei diz que a Aerolineas consumiu US$ 8 bilhões dos cofres do governo desde 2008, quando foi reestatizada. Em julho do ano passado, os cortes promoveram o primeiro lucro operacional da empresa em muitos anos.
Na década de 90, o então presidente Carlos Menem havia a privatizado e repassado para um grupo que incluía a Iberia, da Espanha, mas a Aerolíneas não conseguiu competir no mercado.
Dona da Avianca e Gol é interessada na privatização
O mercado de viagens aéreas argentino passou por um grande processo de desregulamentação durante a gestão do presidente Mauricio Macri.
Novas companhas aéreas surgiram e passaram a disputar mercado com a Aerolíneas, que até então detinha um quase monopólio, mas com a posse de Alberto Fernández, a estatal voltou a contar com apoio governamental.
A nova privatização é tratada como uma das soluções para a companhia aérea de bandeira. A outra seria seu fechamento.
Milei já disse que pretende que os funcionários tenham participação acionária na empresa, mas ainda não está claro que grupos poderiam se interessar em arrematá-la.
Até o momento, apenas o Grupo Abra, que controla a Avianca e a Gol, mostrou interesse na Aerolíneas, que já tem uma joint venture desde 2023.
A chilena LATAM, no entanto, assinou acordos de code-share com a transportadora argentina que vale para as filiais do Brasil, Colômbia, Equador, Paraguei e Peru.
Para colocar a Aerolineas Argentinas em leilão, Milei terá de obter aval do parlamento do país, o que deve ser tentado no início de 2025, antes das eleições legislativas.
Atualmente, a frota da empresa aérea consiste de 83 aeronaves, sendo dez Airbus A330-200, 49 Boeing 737 (12 deles da variantes MAX 8) e 24 Embraer E190.