A Embraer terá uma ajuda de peso em outubro para tentar emplacar o avião de transporte multimissão KC-390 para a Força Aérea da Suécia. Ninguém menos que o Ministro da Defesa, José Múcio, fará o papel de ‘vendedor’ da fabricante brasileira perante o governo sueco.
Múcio anunciou nesta terça-feira (26) que viajará para a Suécia para negociar a venda do jato cargueiro da Embraer. Segundo ele, o país europeu pode fechar um pedido de três a quatro aeronaves do modelo, que é um concorrente do C-130 Hercules, da Lockheed Martin.
Como ‘moeda de troca’, o governo brasileiro está usando a encomenda de um segundo lote de caças Gripen E/F, fabricado pela Saab.
O acordo com a Suécia é o caminho natural na boa relação entre os dois países. A Saab e a Embraer, que foram concorrentes no mercado de aviões regionais nos anos 80, tornaram-se parceiras desde a escolha do Gripen para equipar a Força Aérea Brasileira (FAB).
Dentro do contrato, a Embraer está montando alguns caças em suas instalações em Gavião Peixoto (SP), além de fornecer apoio para realizar os testes antes da entrega das aeronaves à FAB.
Em abril, as duas empresas assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para que a Saab apoiasse a escolha do C-390 Millennium como substituto do C-130 da Força Aérea da Suécia.
O governo sueco estava inclinado a adquirir unidades do C-130J usadas até o começo do ano, mas abandonou os planos na época em que a FAB negociava com a Saab a compra de um lote extra de até 30 caças Gripen.
O C-390 Millennium é o avião mais avançado já criado pela Embraer e foi desenvolvido em parceria com o governo federal. A FAB encomendou 28 aeronaves, mas o ex-Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Junior, durante sua gestão, cortou nove pedidos do acordo.
Além dos 19 aviões da FAB, Portugal encomendou cinco KC-390 e a Hungria duas outras unidades. A Holanda e Áustria confirmaram a escolha da aeronave da Embraer, mas ainda não assinaram contrato.
Quando a Força desistiu de ser o carro chefe no financiamento do Stout Híbrido, como fez no C390, e disse que agora a EMB seria um fornecedor comum, disputando de igual com outros fornecedores, me assustou. Mas vejo que apoia efetivamente as vendas do KC e ST, bem como abriu fomento de P&D em projetos direcionados via FINEP, CNPQ, etc. Não é o mundo ideal, mas ajuda.