O desenvolvimento do jato regional MRJ90 da Mitsubishi Aircraft Corporation entrou na reta final. A fabricante japonesa iniciou neste mês os testes de voo de certificação do programa com o quarto protótipo, o modelo FTA-4. Os ensaios são realizados a partir da instalação da empresa em Moses Lake, no estado de Washington, nos Estados Unidos.
A etapa final do projeto começa com cerca de cinco anos de atraso. O plano original da Mitsubishi previa entregar as primeiras aeronaves em 2014, mas uma série de contratempos no desenvolvimento da aeronave fez a fabricante mudar o prazo cinco vezes. Segundo o cronograma mais recente da empresa, a estreia do novo jato está programada para o segundo semestre de 2020. O primeiro cliente do MRJ90 será a companhia aérea japonesa ANA.
Os voos de certificação do MRJ90 estão sendo realizados pela Mitsubishi em parceria com o Escritório de Aviação Civil do Japão (o equivalente a ANAC no Japão) e também prevê o envolvimento do FAA, a Administração Federal de Aviação dos EUA.
De acordo com a fabricante japonesa, os quatro protótipos construídos para o programa de testes já registraram mais de 2.500 horas de voo. O MRJ90 voou pela primeira vez em 11 de dezembro de 2015.
Primeiro jato comercial do Japão
O MRJ é o primeiro jato comercial desenvolvido no Japão (não confundir com o HondaJet, uma aeronave de transporte executivo). A última vez que a indústria japonesa havia se aventurado na aviação comercial foi com o bimotor turbo-hélice NAMC YS-11, produzido entre 1962 e 1974, e que ficou conhecido no Brasil com as cores da VASP, que o chamava de “Samurai”.
Pelo porte e desempeno, a futura série de aeronaves da Mitsubishi vai concorrer diretamente com os Embraer E-Jets, em especial os modelos E175 e E190. O MRJ90, o primeiro membro da família de jatos da Mitsubishi, é projetada para transportar entre 81 e 92 passageiros. O segundo modelo será o MRJ70, com capacidade para até 80 passageiros, e previsto para chegar ao mercado em meados de 2021.
Os jatos MRJ serão impulsionados por motores Pratt & Whitney da série PW1000G, a mesma usada em aeronaves como o Airbus A320neo e A220, Irkut MC-21 e os novos Embraer E-Jets 2 (E2). A aeronaves da Mitsubishi também são equipadas com controles computadorizados fly-by-wire e tem partes das asas e da fuselagem construídos com material composto.
O programa MRJ foi lançado em 2007 no Paris Air Show de 2007 e a produção dos primeiro protótipo foi iniciada três anos depois. A Mitsubishi produz seus novos jatos em sua instalação ligada ao aeroporto de Komaki, em Nagoya, onde também foi produzido o caça Mitsubishi A6M Zero durante a Segunda Guerra Mundial.
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Mais um concorrente aos E2 e o regional da Airbus…
Parece que acabou mesmo o tempo da concorrência fácil da Embraer com a Bombardier. Os tempos são outros com a Airbus entrando no jogo e, se essa aeronave japonesa fizer sucesso, o mercado da Embraer (ou da futura nova empresa da Boeing) estará ainda mais restrito. Não é mesmo para amadores.
E muitos tupiniquins, esquerdopatas, não queriam a fusão da Embraer com a Boeing. Nossa indústria, sozinha, não conseguiria competir no mercado com a Airbus associada à Bombardier, nem com a própria Boeing , que se veria forçada a desenvolver esse tipo de jato e agora tem mais um protagonista, a Mitsubishi. felizmente, Bolsonaro já aprovou a fusão e a Embraer agora terá cacife para fazer frente à qualquer companhia.
Esse Jato é incrivelmente parecido (na aerodinâmica) com os jatos Embraer. Teria havido espionagem indústrial?
Eu reconheço um boeing frente a um Airbus mas esse eu poderia jurar que é Embraer.
Sem sombra de dúvidas, é um Embraer nos mínimos detalhes. Aliás, se colocarmos um junto ao outro com pintura branca, não haverá nenhum detalhe que os distingue. Aviação é uma indústria caríssima e volátil. O Brasil é o Canadá, de alguma maneira souberam equilibrar durante anos certos aspectos de engenharia e gerenciais, que os países com mais tradição na construção aeronáutica, sempre tiveram imensa dificuldades. Mas que por alguma razão, esses países (e principalmente o Brasil), souberam levar a cabo um empreendimento de tal magnitude, onde um sem número de potências econômicas falharam. De fato, não é empreendimento para amadores.
Um Xerox não teria saido tão igual ao Embraer!
Um país como o Brasil que precisa importar 100% de tudo que fracamente tenha tecnologias jamais seria produtor de aeronaves senão vejamos quem fabrica no Brasil rebites para montagem de fuselagens, quem fabrica tintas para inscrições, quem fabrica fios e cabos elétricos…. que dirá aviônicos, hidráulicas, pneumáticas….
Eu li alguns dos comentários de pessoas que se tivessem lido aos noticiários teria visto que o Japão enviou e fez pouso em asteroide a apenas 380 milhões de quilômetros (o Sol está apenas a 170 milhões) e o Brasil jamais conseguiu lançar qualquer coisa a 120 quilômetros por conta própria. Sentem inveja dos sucessos alheios, mas não tem sentimento algum dos nossos retumbantes fracassos.