O programa de jatos regionais SpaceJet, da Mitsubishi, prometia ser um duro rival para a famíla E2, da Embraer. Com projeto moderno, desempenho eficiente e um espaço a bordo mais generoso, os modelos M100 e M90 seriam concorrentes diretos do E175-E2 e E190-E2, porém, a realidade se mostrou amarga para os japoneses.
Após anos de atrasos e bilhões de dólares gastos, a Mitsubishi desistiu de colocar o SpaceJet em serviço. Semanas atrás, a empresa colocou a pá de cal no programa ao anunciar que não tentaria mais relançá-lo.
Agora, o sinal mais triste da derrocada do ambicioso projeto surgiu em imagens feitas pelo fotógrafo Wade Sacket nesta quarta-feira, 8. Um dos protótipos do SpaceJet M90 (antigo MRJ90) foi flagrado sendo destruído em um espaço afastado do Aeroporto Grant County International, em Moses Lake, no noroeste dos EUA.
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Como ocorre normalmente com aeronaves antigas, o M90, que ostentava a matrícula JA21MJ, teve a parte traseira arrancada do restante da fuselagem enquanto uma máquina literalmente picava o alumínio para ser reciclado.
A Mitsubishi Aircraft chegou a finalizar sete M90, dos quais o JA21MJ foi o primeiro a voar, em novembro de 2015.
Outro protótipo, JA23MJ, que voou pela última vez em março de 2020, também teria sido desmontado há cerca de um ano, segundo relatos do AviationWire.
As aeronaves de testes foram movidas para Moses Lake para tentar acelerar o processo de certificação junto à Federal Aviation Administration, mas a fabricante reconheceu ter subestimado as dificuldades para obter a aprovação para operação comercial.
Clientes importantes
Nascido como Mitsubishi Regional Jet (MRJ), o projeto foi apresentado em 2007 com metas ambiciosas de recolocar o Japão no mercado de aviação comercial.
Logo surgiram clientes interessados no desempenho da aeronave, com a Japan Air Lines e All Nippon Airways e também algumas companhias aéreas regionais dos EUA, um dos principais focos do projeto.
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Equipado com motores PW1200G, o MRJ tornou-se SpaceJet em 2019, com a mudança do MRJ-90 para SpaceJet M90 (88 assentos) e a substituição do MRJ-70 pelo M100 (76 assentos), uma aeronave sob medida para atender as cláusulas de escopo das transportadoras dos EUA.
Nem isso foi suficiente para mudar o destino do programa, que sucumbiu em meio à pandemia do Covid-19, quando as atividades em Moses Lake foram suspensas.
De fato esta aeronave prototipo não senve para nada. Eles sem experiência em homologação nos USA não homologaram os componentes antes da montagem, e depois cada submontagem. Aí, de nada vale homologar a aeronave final, pois mesmo que supere as expectativas, não é homologavel. Por isso que a expertise da EMB vale tanto.