A ausência de aviões nos céus nos últimos meses já era uma termômetro do enorme impacto que a pandemia do coronavírus teve no tráfego aéreo de passageiros no Brasil. Mas os dados divulgados pela ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil, do mês de abril revelam detalhes do terremoto que se abateu sobre os aeroportos do país.
Primeiro mês completo a sofrer as consequências das restrições de isolamento social adotadas pelos governos, abril apresentou uma queda de 95% no movimento de passageiros em relação ao mesmo mês de 2019. Em números, isso se traduz numa queda de 16,5 milhões de viagens para menos de 840 mil deslocamentos. É como se todos os passageiros embarcados no Brasil tivessem utilizado apenas o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, que no ano passado movimentou 837 mil pessoas em abril.
A pandemia afetou de maneira diferente vários terminais aeroportuários brasileiros. Guarulhos, maior aeroporto do Brasil, continuou liderando a lista mas sua participação subiu de 20% para quase 30%. Ainda assim, de um total de 3,3 milhões de passageiros em 2019, o movimento despencou para menos de 247 mil usuários.
Outro aeroporto paulista, Congonhas, foi o mais afetado pelas restrições. Segundo em movimento de passageiros, o terminal recebeu menos passageiros que o Aeroporto de Porto Velho, com apenas 4 mil pessoas passando por seu terminal. Por outro lado, Viracopos ocupou a vice-liderança graças à malha da Azul e que acumulou 144 mil passageiros movimentados.
Brasília e o Galeão, que ocupavam o 3º e o 4º lugar, respectivamente perderam espaço. O aeroporto da capital federal ficou atrás de Recife enquanto o aeroporto internacional do Rio de Janeiro teve menos movimento que Confins, Porto Alegre e até Santos Dumont, terminando em 9º lugar no ranking da ANAC.
Azul lidera em passageiros pagos
A ANAC também lista o movimento de passageiros por companhia aérea em que a Azul foi a empresa que mais transportou pessoas em abril com quase 39% de participação. A Gol foi a segunda colocada com 33% e a LATAM, terceira com 21,5% do movimento nacional e internacional.
Entre as companhias estrangeiras, a Lufthansa ficou em primeiro lugar com 5,9 mil passageiros transportados, e a United Airlines, em segundo, com 5,5 mil pessoas. Outras empresas com uma malha bastante densa para o Brasil acabaram optando por suspender a maior de seus voos, caso da TAP (que levou menos de 2,4 mil passageiros em abril), Air France (2 mil) e Delta Air Lines (apenas 372 passageiros).
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