Dono de uma fina coleção de automóveis, armas e aeronaves clássicas, o “Museu de Armas, Veículos e Máquinas Eduardo André Matarazzo”, em Bebedouro, no interior de São Paulo, será reaberto no próximo domingo (28). As atividades no local estavam suspensas desde dezembro de 2016, quando o museu teve de ser fechado por falta de verbas.
Segundo a assessoria de imprensa de Bebedouro, a atração não é mais administrada pela família Matarazzo. O comando do museu foi entregue a prefeitura da cidade e o Clube Esplendor, de colecionadores de carros antigos.
A prefeitura de Bebedouro informou ao Airway que alguns itens do acervo foram revitalizados para a reabertura, como o clássico quadrimotor Douglas DC-6, avião único no Brasil. A assessoria pública, no entanto, não deu mais detalhes sobre as demais peças do acervo, que nos últimos anos beirou condições de abandono.
Joias raras
Com a reativação, o museu de Bebedouro volta a ser um dos raríssimos locais do Brasil abertos ao público que reúne antigos aviões – o outro é o MUSAL, no Rio de Janeiro (RJ). A coleção do “Museu Eduardo Matarazzo”, como também é conhecido, possui aeronaves que foram fabricadas entre as décadas de 1930 e 1950, para uso civil e militar.
O avião mais raro do acervo é o SAAB Scandia, o único existente do mundo todo. A aeronave voou pela antiga companhia aérea VASP, que também operou todos os outros 18 exemplares da aeronave que foram fabricados. Outros modelos de destaque são os bimotores Douglas DC-3, Curtiss C-46 Commando e um bombardeiro North American B-25 que pertenceu a FAB.
A coleção também reúne os primeiros caças a jato da força aérea, o Gloster Meteor o Lockheed T-33. Outras peças importantes do museu são um Sikorsky S-51 Dragonfly, um dos primeiros helicópteros que voou no Brasil, e um monomotor North American T-6 Texan que foi utilizado pela primeira formação da Esquadrilha da Fumaça. Ao todo, o museu conta com exposição de 19 aeronaves.
Condições precárias
Parte do acervo de aeronaves do museu de Bebedouro fica exposta ao céu aberto, o que degradou bastante a coleção. Os aviões expostos nessa parte estão com suas pinturas deterioradas, algumas já quase sem identificação, como as cores das companhias Varig e VASP ou da FAB. Desde a fundação do local, em 1964, a coleção, apesar de seu valor histórico imensurável, nunca passou por um processo de restauração.
O museu foi fundado pelo empresário André Matarazzo. Apaixonado por automóveis, se especializou no restauração de carros antigos e criou uma coleção em São Paulo. Em 1964, o acervo foi transferido para Bebedouro, terra natal de sua esposa, e aos poucos também incorporou aviões e outras máquinas militares.
Em 1968, a atração foi aberta a visitação pública. Após a morte de Andre Matarazzo, em 2002, o local passou a ser administrado por sua filha, Patrícia Matarazzo, que em sua homenagem mudou o nome do museu para “Museu Eduardo André Matarazzo”.
O museu fica localizado na Praça Santos Dumont, no centro de Bebedouro.
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Que beleza…sinto dizer, mas o mas adequado seria trazer estas raridades para mais próximo de um grande centro (natural seria São Paulo), onde poderiam ser vistas por muito mais pessoas, que pagariam o suficiente para manter adequadamente essas aeronaves.
É lamentável !! Uma tristeza ver o pouco que possuímos de história, com verdadeiras peças raras, encontra-se nesse estado horrendo de conservação. Que pena. Retrato de um país sem qualificação.
Parabens pela reabertura!!!!!! Ja visitei varias vezes no passado e vou verificar in loco o q se passa :-)))
Concordo com o Julio e o Paulo.
Além de ir para um grande centro, quem administra essa coleção tem o dever de procurar um meio de manter tal acervo. De preferência procurando parceiros.
Não pode uma coleção dessa ser abandonada assim.
Não concordo que os museus devam ir para grandes centros, vejam como exemplo o Museu do Ipiranga que está fechado a anos… As cidades do interior já são carentes de atrações o suficiente. O que falta é investimento.
Concordo com o Rogério.
O acesso à cultura deve ser decentralizado.
O melhor museu do Brasil (Inhotim) fica numa pequena cidade (Brumadinho).
Sinceramente, São Paulo já teve seu museu e e as aeronavs foram destruídas a machadadas. Deixa em bebedouro. As aeronaves não precisam voar mais. Ou seja, manutençaõ muito específica nao é necessário. Façam acordos com universidades, SENAI, escolas técnicas, comércio. Basicamente mão de obra, especializada ou não, mais barata, para fazer a limpeza / reforma.