Desde que o Concorde foi desativado, em 2003, e desde então nunca substituído, a aviação comercial reduziu sua velocidade máxima. O avião supersônico anglo-francês provou durante quase 30 anos de operação que o conceito funciona, embora precise ser aprimorado. E é justamente nisso que a NASA, a Agência Especial dos Estados Unidos, está trabalhando.
A agência especial anunciou os projetos vencedores em oito categorias que receberão investimentos por até quatro anos para continuarem suas pesquisas com apoio de engenheiros da NASA. São pesquisas sobre impacto ambiental de aeronaves supersônicas, influência do “sonic boom” no meio ambiente e trabalhos para redução de acidentes e principalmente ruídos e consumo de combustível, que eram justamente os principais problemas do Concorde.
Em velocidades supersônicas, o Concorde chegava a emitir um ruído de até 105 decibéis, uma faixa probitiva para os tempos atuais. É preciso reduzir a emissão de ruídos para abaixo de 80 db. A meta da NASA é atingir um nível de 75 db para aviões supersônicos de pequeno a médio porte, com capacidade para levar entre 30 e 80 passageiros.
Como reduzir a “barulheira” supersônica?
De acordo com os estudos mais recentes da NASA, a redução da emissão de ruídos em aeronaves supersônicas deve seguir um desenho com “nariz em forma de agulha, fuselagem fina e possuir uma grande asa em delta”. Com esse formato, segundo a agência, é possível reduzir o “boom” sônico, o estrondo causado quando o avião ultrapassa a velocidade do som (1.226 km/h).
Diferentemente do Concorde, que precisava de quatro motores com pós-combustores para ultrapassar a velocidade do som, os aviões de nova geração poderão ser equipados com um número inferior de propulsores de maior eficiência.
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Os próximos aviões supersônicos para passageiros, porém, ainda têm um longo caminho a percorrer em pesquisas e testes. A NASA ainda não divulgou nenhuma data sobre lançamento ou testes de voo com protótipos. O mais provável é que o conceito de aeronaves supersônicas retorne primeiro em aparelhos de pequeno porte, para transporte executivo.
A questão não é viabilidade técnica é viabildade econômica. O custo a passagem x ocupação frente aos custos de aquisição e operacionais ( combustível, manutenção, treinamento) irão compensar.
Acho mais viável pensarem em võos sub-orbitais do que supersonicos na estratosfera.
Um supersonico fazendo Europa x USA vai gastar metade do tempo do que um 777 hoje. Não acho que poderão cobrar o dobro do valor. E com certeza o custo por passageiro será bem maior que o triplo de um 777, pela velocidade e pela quantidade menor de passageiros.
Um sub orbital poderia levar apenas 2 horas. E quem sabe, lançar mini-satélites, o que seria uma carga bem mais rentável. E talvez não seja tão diferente do custo de um supersonico de 80 passageiros.