A NASA concluiu nesta semana a revisão preliminar de design (PDR) do projeto “Quiet Supersonic Transport” (Transporte Supersônico Silencioso), ou QueSST, aeronave experimental que servirá de base para o desenvolvimento de novos aviões comerciais supersônicos.
A PDR serve para demonstrar que o projeto preliminar atende todos os requisitos propostos com risco aceitável e dentro das restrições de custo e cronograma. O passo seguinte é a revisão crítica de design (CRD), que determina como a aeronave será construída. Em outras palavras, a aviação comercial está cada vez mais próxima de voltar a voar em velocidades supersônicas.
O QueSST, projeto realizado em parceria com a fabricante Lockheed Martin, busca uma forma de retomar os voos comerciais supersônicos a custos mais acessíveis e, sobretudo, reduzindo o impacto sonoro que esse tipo de aeronave pode causar. Esse efeito, conhecido como “estrondo sônico” ou “sonic boom”, foi o motivo que levou a proibição do Concorde a voar sobre regiões continentais, restringindo o voo supersônicos somente a áreas oceânicas.
Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, o projeto QueSST será capaz de alcançar a velocidade do som com efeitos reduzidos de estrondo sônico, o suficiente para permitir os voos supersônicos sobre a terra nos EUA e em outros lugares do mundo.
A NASA também revelou que completou com sucesso os primeiros testes em túnel de vento em velocidade supersônica com um modelo em escala reduzida do QueSST, no Centro de Pesquisa Glenn, em Cleveland. Já os ensaios de voo com o protótipo tripulado estão programados para começar em 2021.
Esforço supersônico
Além da NASA e a Lockheed Martin, outras duas empresas norte-americanas também estão projetando aviões comerciais supersônicos que têm boas chances de chegarem ao mercado já na próxima década. São elas a Boom Technology e a Aerion Corporation.
A Boom trabalha no projeto de um avião capaz de transportar 55 passageiros a mach 2,2, cerca de 2.300 km/h, ritmo que supera o do antigo Concorde. Em declarações recentes, o CEO da empresa, Blake Scholl, afirmou que o avião já tem mais de 70 pedidos de cinco empresas.
Já o projeto da Aerion é um jato executivo supersônico, o AS2. Segundo a empresa, a aeronave é projetada para voar a 1.700 km/h e terá capacidade para transportar até 12 passageiros. Apesar de ainda não ter saído do papel, o avião já conta com 20 unidades encomendas pela Flexjet, uma tradicional companhia de charter dos EUA.
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