A NASA e a Boeing anunciaram uma mudança de estratégia no projeto X-66, aeronave experimental com maior comprimento e ultrafina que promete maior eficiência operacional e menos emissões.
Em vez de seguir imediatamente com a construção do protótipo em escala real — conhecido como Sustainable Flight Demonstrator (SFD) —, o foco do programa será redirecionado para testes em solo e modelagens desenvolvidas da tecnologia de asa transônica com suporte estrutural externo (conhecida como “truss-braced wing”).
O objetivo da reavaliação é entender melhor os desafios estruturais e aerodinâmicos associados ao conceito antes de seguir com a fabricação da aeronave de testes.
Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

Segundo a NASA, a decisão visa maximizar o aprendizado e a eficiência no desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir drasticamente as emissões de carbono na aviação comercial.
“Há muito o que aprender com este projeto, e essa reorientação nos permitirá explorar o potencial da asa ultrafina com profundidade técnica e custo otimizado”, afirmou Ed Waggoner, gerente associado adjunto da Direção de Pesquisa em Aeronáutica da NASA.
O conceito de asa com suporte externo é uma das apostas mais promissoras para aumentar a eficiência aerodinâmica das aeronaves.

A estrutura permite envergaduras muito maiores do que as derrotas nos jatos comerciais atuais, diminuindo a resistência ao avanço e, portanto, o consumo de combustível.
Estudos preliminares indicam que esse tipo de projeto pode gerar uma economia de até 30% em comparação com aeronaves convencionais da mesma categoria.
Testes seguem em andamento
O X-66 está sendo desenvolvido usando uma fuselagem McDonnell Douglas MD-90 modificada, um jato de fuselagem estreita originalmente introduzido na década de 1990.

A seleção do MD-90 permite que os engenheiros adaptem uma fuselagem já existente e comprovada com uma nova tecnologia de asa, reduzindo significativamente o tempo e o custo de desenvolvimento.
A fuselagem será extensivamente modificada para integrar as enormes asas e estrutura de treliça, essenciais para os objetivos de desempenho do X-66.
A equipe técnica da NASA e da Boeing continuará realizando testes de solo e simulações de voo com modelos em escala, inclusive em tons de vento. Esses ensaios são fundamentais para avaliar a interação entre aerodinâmica, estrutura e comportamento em diferentes regimes de voo, disse a agência.

A aeronave X-66 foi anunciada em 2023 como o primeiro modelo a receber a designação oficial de “X-plane” voltada exclusivamente ao transporte comercial com foco em sustentabilidade.
O programa faz parte do “Sustainable Flight National Partnership”, uma iniciativa lançada pela NASA em parceria com a indústria para acelerar o desenvolvimento de tecnologias de emissão zero.
A Boeing chegou a afirmar que o X-66 pode inspirar o futuro substituto do 737, seu avião comercial de maior sucesso na história.