NASA e Boeing reavaliam projeto X-66, que pode inspirar substituto do 737

Programa de aeronave de asas ultrafinas pausará montagem do protótipo baseado no MD-90 e avançará com testes em solo por enquanto
X-66 propõe provar que asas ultrafinas podem ser o futuro da aviação comercial
X-66 propõe provar que asas ultrafinas podem ser o futuro da aviação comercial (Boeing)

A NASA e a Boeing anunciaram uma mudança de estratégia no projeto X-66, aeronave experimental com maior comprimento e ultrafina que promete maior eficiência operacional e menos emissões.

Em vez de seguir imediatamente com a construção do protótipo em escala real — conhecido como Sustainable Flight Demonstrator (SFD) —, o foco do programa será redirecionado para testes em solo e modelagens desenvolvidas da tecnologia de asa transônica com suporte estrutural externo (conhecida como “truss-braced wing”).

O objetivo da reavaliação é entender melhor os desafios estruturais e aerodinâmicos associados ao conceito antes de seguir com a fabricação da aeronave de testes.

Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

Modelo de túnel de vento do X-66 (NASA)

Segundo a NASA, a decisão visa maximizar o aprendizado e a eficiência no desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir drasticamente as emissões de carbono na aviação comercial.

“Há muito o que aprender com este projeto, e essa reorientação nos permitirá explorar o potencial da asa ultrafina com profundidade técnica e custo otimizado”, afirmou Ed Waggoner, gerente associado adjunto da Direção de Pesquisa em Aeronáutica da NASA.

O conceito de asa com suporte externo é uma das apostas mais promissoras para aumentar a eficiência aerodinâmica das aeronaves.

O conceito promete economia de até 30% de combustível (NASA)

A estrutura permite envergaduras muito maiores do que as derrotas nos jatos comerciais atuais, diminuindo a resistência ao avanço e, portanto, o consumo de combustível.

Estudos preliminares indicam que esse tipo de projeto pode gerar uma economia de até 30% em comparação com aeronaves convencionais da mesma categoria.

Testes seguem em andamento

O X-66 está sendo desenvolvido usando uma fuselagem McDonnell Douglas MD-90 modificada, um jato de fuselagem estreita originalmente introduzido na década de 1990.

O MD-90 que servirá de base para o X-66 (Boeing)

A seleção do MD-90 permite que os engenheiros adaptem uma fuselagem já existente e comprovada com uma nova tecnologia de asa, reduzindo significativamente o tempo e o custo de desenvolvimento.

A fuselagem será extensivamente modificada para integrar as enormes asas e estrutura de treliça, essenciais para os objetivos de desempenho do X-66.

A equipe técnica da NASA e da Boeing continuará realizando testes de solo e simulações de voo com modelos em escala, inclusive em tons de vento. Esses ensaios são fundamentais para avaliar a interação entre aerodinâmica, estrutura e comportamento em diferentes regimes de voo, disse a agência.

Concepção artística do X-66A com a asa treliçada transônica (Boeing)

A aeronave X-66 foi anunciada em 2023 como o primeiro modelo a receber a designação oficial de “X-plane” voltada exclusivamente ao transporte comercial com foco em sustentabilidade.

O programa faz parte do “Sustainable Flight National Partnership”, uma iniciativa lançada pela NASA em parceria com a indústria para acelerar o desenvolvimento de tecnologias de emissão zero.

A Boeing chegou a afirmar que o X-66 pode inspirar o futuro substituto do 737, seu avião comercial de maior sucesso na história.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Previous Post
Boeing 737 MAX 8

GOL terá voos diretos entre São Paulo e Caracas a partir de agosto

Related Posts