O SSJ-NEW, uma versão totalmente russa do jato regional SSJ100 não serão tão russa assim. Ao menos o primeiro protótipo da aeronave da Irkut, que está na reta final de montagem em Komsomolsk-on-Amur.
Segundo a United Aircraft Corporation (UAC), estatal que abriga várias fabricantes aeroespaciais russas, o SSJ-NEW que está sendo finalizado usará motores SaM146, fornecidos pela francesa Safran em parceria com a NPO.
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De acordo com a empresa, a decisão foi tomada para não atrasar o programa de desenvolvimento, que inclui também a substituição de aviônicos e equipamentos que antes eram enviados por fornecedores ocidentais.
Desde o começo das sanções contra a Rússia, já após a invasão da Criméia, a UAC enfrenta dificuldades para produzir suas aeronaves mais globais. O conflito na Ucrânia acabou com qualquer esperança de contar com componentes estrangeiros, daí a Rússia ter focado no desenvolvimento do SSJ-NEW e do MC-21-310 – variante do jato de 211 lugares com motores PD-14 locais.
A UAC, no entanto, garantiu que o segundo SSJ-NEW de testes já contará com turbofans russos PD-8. Os primeiros motores serão entregues nas próximas semanas, segundo a empresa.
“Em algumas semanas, iniciaremos os testes de desenvolvimento em fábrica, dentro dos quais ocorrerá o primeiro voo. Na próxima etapa, a aeronave será apresentada a especialistas da Rosaviatsia para testes de certificação, após os quais os sistemas serão aprovados para uso a bordo do SSJ-NEW. Isso permitirá o início da produção em série e operação comercial da aeronave”, disse Andrey Boginsky, vice-diretor geral da UAC para aviação civil.
Carreira internacional decepcionante
O Superjet original (SSJ100) foi lançado no começo dos anos 2000 pela Sukhoi, escritório de projetos mais conhecido pelos caças. O plano era colocar no mercado mundial uma aeronave comercial com 100 assentos e espaço interno generoso capaz de disputar pedidos com a Embraer e a Bombardier.
Para ampliar as chances de encomendas fora da Rússia, o SSJ100 foi projetado com vários componentes ocidentais. Uma joint venture entre a Sukhoi e a Alenia (atual Leonardo), a Superjet International, foi criada em 2007 para oferecer a aeronave em mercados no exterior.
A carreira comercial do SuperJet, no entanto, foi atribulada. Embora tenha operado com a mexicana Interjet e as europeias Brussels Airlines e Adria Airways, o jato apresentou vários problemas de confiabilidade e disponibilidade.
Atualmente, apenas companhias aéreas russas e de países sob influência de Moscou utilizam o SSJ100, mas parte da frota estaria inativa por conta da falta de peças de reposição.
