O governo dos Estados Unidos concordou formalmente em vender à Nigéria 12 aviões de ataque A-29 Super Tucano e armamentos compatíveis com a aeronave desenvolvida pela Embraer, informou a agência Reuters. O contrato é avaliado em US$ 593 milhões, cerca de R$ 1,8 bilhão.
O processo de venda das aeronaves, iniciado no ano passado, havia sido adiada pelo governo de Barack Obama, em uma de suas últimas decisões como presidente, que acusava o país da África Ocidental de ter bombardeado um campo de refugiados em janeiro deste ano, que deixou 52 mortos e mais de 200 feridos.
Após a posse de Donalt Trump, no início deste ano, a negociação foi retomada e desta vez aprovada. A Nigéria alega que os Super Tucanos serão utilizadas no combate aos militantes do grupo extremista Boko Haram. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, os tramites finais da negociação e pagamentos necessários serão feitos até 20 de fevereiro de 2018.
Nenhuma das partes envolvidas na negociação divulgou até o momento um prazo de entrega das aeronaves. O Super Tucano é produzido pela Embraer em Gavião Peixoto, no interior do estado de São Paulo, e também em Jacksonville, na Florida, nos EUA, em parceria com fabricante local Sierra Nevada Corporation (SNC).
A intermediação dos norte-americanos na venda dos Super Tucanos à Nigéria faz parte do programa de ajuda militar oferecido pelos EUA a países do terceiro mundo que combatem grupos terroristas. Nesse caso, as aeronaves encomendadas pela força aérea nigeriana devem fabricadas nos EUA, pela SNC, como são os casos dos A-29 operados pelas forças armadas do Afeganistão e Líbano.
Além da Força Aérea Brasileira (FAB), maior operador do Super Tucano, o avião de ataque leve da Embraer também conta com outras 14 forças armadas como clientes, que já operam ou ainda vão receber a aeronave.
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