A impaciência do chefão financeiro da Norwegian Air, Geir Kalsen, em relação à filial argentina causou um certo embaraço para a companhia aérea low-cost norueguesa. Em entrevista em que comentou os resultados do primeiro trimestre de 2019, o CFO afirmou que “se o projeto da Argentina não corresponder ao planejado, estamos preparados para nos retirar” – a Norwegian Argentina estreou no país vizinho há pouco mais de seis meses. O momento da verdade para operação será agosto quando o grupo espera que a operação saia do vermelho.
Para aplacar a má impressão do executivo, o presidente da filial argentina demonstrou otimismo neste final de semana com a companhia aérea. Ole Christian Melhus anunciou inclusive que as rotas da Norwegian dobrarão a partir de setembro e que as vendas para esses novos destinos começarão nas próximas semanas, entre eles Ushuaia, no extremo sul do continente sul-americano.
“Tenho muito orgulho de fazer parte da equipe da Norwegian Air Argentina, porque o trabalho que fizemos até agora nos permitirá anunciar novos destinos nacionais muito em breve, dobrando o número de rotas operadas no país a partir de setembro. De acordo com nossos planos, muito em breve ofereceremos mais opções a preços baixos para que mais argentinos possam viajar e explorar esse fantástico e belo país”, disse o CEO da Norwegian Air Argentina.
Melhus também exaltou os resultados cada vez melhores em vendas e confirmou que o quarto Boeing 737-800 da empresa voltará para a Argentina no segundo semestre para permitir a expansão das rotas – atualmente ele é usado pela matriz para compensar o aterramento dos modelos 737 MAX.
Planos ambiciosos
A Norwegian Air foi uma das primeiras companhias aéreas low-cost a se interessar pelo mercado sul-americano e aproveitou a abertura promovida pelo governo Macri que permitiu que estrangeiros operem no transporte aéreo local. O problema é que a economia argentina está em crise enquanto a concorrência aumentou e está mais agressiva.
Com sua política de preços mais baixos, às vezes até pela metade do preço de outras empresas, a Norwegian trabalha com uma margem pequena para se tornar lucrativa, a despeito da sua estrutura enxuta. A companhia aérea também sondou o mercado brasileiro, de olho numa possível abertura, mas o assunto não voltou a ser citado desde então. Hoje o braço britânico, responsável pelas principais rotas internacionais, opera dois voos de Londres (Gatwick) para Buenos Aires e Rio de Janeiro.
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