Após um longo período de preparação, a Norwegian Air Argentina começará a voar a partir do dia 16 de outubro. A princípio serão duas rotas entre Buenos Aires (Aeroparque) e Córdoba e Mendoza, mas a companhia low-cost já confirmou que estreará voos para Bariloche, Salta, Neuquen e Iguazú em breve.
Os voos serão operados pelo Boeing 737-800 NG (apenas uma unidade recebida do início deste ano por enquanto) com configuração para 189 lugares em classe única. Curiosamente, a escolha do aeroporto central da capital argentina dificultará possíveis conexões com o voo realizado pela Norwegian Air entre Buenos Aires e Londres (Gatwick), que pousa em Ezeiza, mas os planos parecem indicar que a companhia pretende criar uma malha aérea focada no mercado interno do país.
Segundo o presidente da Norwegian argentina, Ole Christian Melhus, o objetivo é chegar ao final do primeiro ano de operação com 10 a 15 aeronaves e um volume de passageiros transportados de 2,2 milhões. Em 10 anos a meta é atingir 12 milhões de usuários com uma frota de 70 aviões.
Preço mais em conta
Para um executivo de uma companhia aérea brasileira ouvido pelo Airway recentemente, a operação da Norwegian não parece sustentável: “Eles terão os mesmos custos que os nossos senão alguns maiores até. Não existe milagre”, disse ele, que pediu para não ser identificado.
No entanto, ao menos na estreia a Norwegian Air Argentina está contrariando a concorrência. Numa simulação de preço realizada pelo site, a tarifa entre Buenos Aires e Córdoba em novembro saía por cerca de 700 pesos, algo como R$ 75 (ida e volta). O mesmo trajeto na melhor tarifa na Aerolineas Argentinas custa 1000 pesos (R$ 107), ou seja, 43% mais caro.
Como já comentado, a Norwegian já reconheceu o interesse em criar uma filial brasileira desde que o Congresso permita que estrangeiros possam controlar companhias aéreas no Brasil. O governo Temer enviou um projeto de lei que prevê que as empresas aéreas poderão ser controladas 100% por grupos estrangeiros (hoje esse limite é de 20%), mas numa votação nesta semana a Câmara prorrogou a decisão para outubro, após o primeiro turno das eleições.
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