A Norwegian Air planeja entrar no mercado doméstico de aviação no Brasil. A afirmação partiu da diretora de relações públicas da companhia aérea norueguesa, Charlotte Holmbergh Jacobsson, em reunião com ministro do turismo brasileiro, Vinicius Lummertz, na Suécia.
A companhia de baixo custo, que recebeu luz verde do governo brasileiro para voar entre Londres e o Brasil, disse ter interesse em operar trechos internos caso o país aprove a abertura do setor para o capital estrangeiro. Em outras palavras, a Norwegian poderia tornar-se sócia majoritária de alguma empresa brasileira ou então fundar uma divisão local assim como fez na Argentina.
Se depender do governo Temer, essa barreira será derrubada se houver tempo hábil. Para Lummertz, “a entrada das empresas com tarifas de baixo custo é fundamental para conseguirmos desenvolver o turismo num país de dimensões continentais sem tantas opções de locomoção como o Brasil”. O ministério lembra que na Argentina e na Colômbia, mercado desregulamentados, há entre oito e nove companhias aéreas disputando o mercado interno contra apenas quatro empresas dominando 99% do mercado brasileiro.
Fortaleza na disputa
O governo revelou também que a Norwegian Air ainda analisa qual será seu primeiro destino internacional no Brasil. A disputa estaria entre o Rio de Janeiro e São Paulo, mas que o governo do Ceará também tenta atrair a companhia com um pacote de incentivos que inclui isenção de impostos como o ICMS do querosene de aviação além de outros serviços como catering. A ideia é colocar Fortaleza no páreo aproveitando investimentos que estão sendo feitos no aeroporto pela concessionária privada.
O aeroporto da capital cearense tem ampliado o número de voos internacionais, sobretudo com a chegada das frequências da KLM e da subsidiária da Air France, a Joon. A LATAM também ampliou as partidas de Fortaleza e hoje o aeroporto Pinto Martins já possui 48 decolagens internacionais por semana.
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Boa notícia, mas lamentável que ainda tenhamos restrições ao capital internacional em aéreas nacionais. Faz, pelo menos, 15 anos que o assunto circula pelo congresso em busca de uma definição, mas sempre é vencido pelos conservacionistas retrógrados de plantão.
Continuamos perdendo a boa oportunidade de criar novas aéreas. As restrições impostas são tão severas que ainda não podemos criar sequer uma empresa regional ou de carga com esse capital internacional. Com isso, a Argentina, que possui leis mais flexíveis já atraiu 4 novas empresas em apenas 2 anos.
Existem 580 multinacionais instaladas no Brasil gerando emprego, renda, desenvolvimento e pagando impostos. Então, porque proibir desenvolvimento nas congêneres nacionais?
O modal está em velocidade acelerada globalmente no processo de consolidações e fusões, e o Brasil não ficará isento, ou correrá o risco de retroagir em relação ao processo mundial em curso. Saudações,