Bjørn Kjos não é um homem apenas de promessas. O norueguês já está colocando em prática a ideia de abrir uma filial brasileira da companhia aérea low-cost Norwegian Air Shuttle. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o CEO da empresa desembarcará no Brasil em março para discutir com as autoridades locais a viabilidade de criar a Norwegian Air Brasil.
Segundo o jornalista, Kjos terá reuniões com o presidente da ANAC José Ricardo Botelho além de representantes dos Ministérios do Turismo e dos Transportes. O presidente da Norwegian havia revelado em entrevista recente que os próximos passos da companhia na América do Sul, após estrear na Argentina, seriam o Uruguai, Chile e Brasil. No país vizinho, a empresa aérea abriu uma filial no ano passado que passará a voar este ano, inclusive em rotas para o nosso país.
No entanto, o mercado brasileiro deve se mostrar bem mais complexo que o cenário encontrado na Argentina, onde o governo tem desregulamentado o setor aéreo. Aqui ainda há várias barreiras e dificuldades mesmo para empresas estabelecidas há vários anos no país como a cobrança do ICMS dos combustíveis que pode fazer com o que custo seja maior numa rota nacional que em uma internacional. Além disso, empresas estrangeiras estão limitadas em relação ao capital de companhias aéreas, algo que quase chegou a ser quase derrubado mas, por pressão de alguns setores, continuou valendo.
Pesa a favor do Brasil o fato de ser um mercado gigantesco, o maior da América Latina e que cresceu muito em anos recentes. A burocracia e os casos de corrupção por outro lado têm espantado alguns investidores. Foi o caso da irlandesa Ryanair, outra gigante low-cost que declarou não ter interesse pelo Brasil justamente pelos altos níveis de corrupção. Apesar disso, parece questão de tempo para que o mercado de aviação comercial acabe ganhando novos concorrentes de olho nos milhões de passageiros brasileiros. Bjørn Kjos que o diga.
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Brasil, o país do retrocesso.